Com Marina no PSB, DEM descarta apoio a Campos
O apoio dos Democratas (DEM) em alguns Estados para a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência da República já não existe mais. É o que disse ,nesta quarta-feira (9), o líder do partido na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO).
O parlamentar, que havia anunciado o apoio a Campos há mais de seis meses, anunciou a decisão após tomar conhecimento de uma declaração feita por Marina Silva, nova aliada de Eduardo Campos, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A ex-senadora afirmou que "história e trajetória de vida diz que Ronaldo Caiado, se a aliança prospera, ele mesmo vai pedir para sair, porque é completamente contrário às minhas ideias".
"Ela não tem que me dizer se devo sair ou se devo entrar. Isso já está decidido. No momento em que ela declara intolerância ao setor rural, passe bem", afirmou, depois de dizer que, inicialmente, não foi contrário à parceria de Marina com o PSB. "Ao receber a notícia de que ela se filiaria, eu dei boas vindas, disse que o governador do Estado estava praticando uma política moderna, que ele estava dando espaço a todas as tendências poderem participar do debate e que ele, como presidente, definiria o eixo. É isso que eu esperava", disse.
Caiado faz parte da bancada ruralista da Câmara, que recebeu críticas de Marina na discussão do Código Florestal de que pressionava para diminuir as exigências de preservação ambiental. "É espantoso que alguém que pretende governar o País tenha uma postura tão preconceituosa com o setor produtivo primário. Eu não conspiro contra o meu Estado, eu não conspiro contra uma classe que eu tenho o maior orgulho do mundo em defender. Se tem o veto ao produtor rural, não cabe o Ronaldo Caiado nesse espaço", concluiu o deputado, defendendo "o setor que é o responsável por tudo que deu certo no Brasil".
Depois do anúncio da parceria entre a Rede Sustentabilidade e o PSB, Caiado tentou falar com Eduardo Campos, mas não teve retorno. "Infelizmente, ele não me respondeu. Recebi telefonema no sábado, 05, do Pedro Valadares e do Márcio França. Todos dois dizendo da alegria dele (Eduardo Campos) de me ter como um parlamentar que já havia apoiado desde quando a campanha dele era embrionária e que ele tem um carinho enorme por mim", afirmou.
Tomada a decisão, o líder do partido não adiantou qual seria a outra possibilidade de apoio em 2014. Segundo ele, a escolha ainda será discutida na Executiva do partido.