Terezinha quer abrir CPI para apurar reforma de fazenda

A tucana já conseguiu o apoio de 34 deputados estaduais

por Giselly Santos qua, 11/12/2013 - 17:56
Clélio Tomaz/LeiaJáImagens/Arquivo Segundo a deputada, a instalação da CPI será de fundamental importância para evitar que novos erros sejam cometidos nos projetos de reforma agrária em andamento Clélio Tomaz/LeiaJáImagens/Arquivo

Com o apoio de 34 deputados estaduais, a deputada Terezinha Nunes (PSDB), através de requerimento, solicitou à Assembleia Legislativa de Pernambuco a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar o abandono e a depredação no assentamento das terras desapropriadas da fazenda Catalunha. Segundo a deputada, a fazenda, que já foi uma das mais produtivas da região do São Francisco, hoje está parecendo um deserto.

“O Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) investiu milhões no processo de desapropriação para  os assentados, chegou inclusive a entregar kits de irrigação e hoje  a fazenda está completamente abandonada e depredada”, denunciou afirmando que “é preciso saber quais os motivos que  culminaram com o fracasso do projeto, identificar os responsáveis e evitar que novas iniciativas sejam realizadas, fazendo o dinheiro público escorrer pelo ralo e sem trazer qualquer benefício aos trabalhadores”.

Para ela é preciso ouvir todas as partes envolvidas, tantos os órgãos públicos responsáveis pelo processo de reforma agrária, quanto os agricultores. “Da forma como o programa nacional de reforma no campo tem sido conduzido, vem criando um ciclo vicioso. Sem orientação e controle, os recursos investidos pelo Governo acabam sendo empregados indevidamente e os assentados terminam abandonados à própria sorte. Sem alternativas eles são aliciados para novas invasões, provocando instabilidade no campo”.

“A instalação da CPI será de fundamental importância para evitar que novos erros sejam cometidos nos projetos de reforma agrária em andamento, onde são gastos milhões que, no final, acabam desperdiçados e os assentados abandonados, o que tem causado prejuízos econômicos e sociais profundos”, afirmou.

A fazenda Catalunha, situada entre os municípios de Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, na Região do Vale do São Francisco, foi desapropriada em 1998, pelo  Incra para  assentar 600 famílias de trabalhadores rurais sem terra.

Antes da desapropriação a fazenda era considerada como o maior investimento privado em irrigação no São Francisco, tendo implantado um projeto modelo que chegava a irrigar mais de três mil hectares. A propriedade contava com produção de frutas e um sofisticado processo de irrigação, contendo canais, bombas de sucção de água e uma primorosa estrutura de captação de água do Rio São Francisco. A fazenda foi entregue ao MST em plena capacidade de produção.

Hoje a propriedade está deserta. Nenhuma de suas benfeitorias está em funcionamento, tudo foi destruído. As terras que, no passado, estavam produzindo a todo vapor mais parecem um deserto. Os assentados que não abandonaram por completo a área estão trabalhando como assalariados em fazendas vizinhas para poder sobreviver.

No mês passado uma comissão de parlamentares esteve na região para acompanhar a onda de invasões, com fazendas e vinícolas ocupadas por integrantes do MST e constataram o clima de tensão no sertão do São Francisco.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

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