Em Cabrobó, prefeito recepcionará Dilma com reivindicações
O socialista chegou a articular um protesto, mas mudou de ideia e disse tentar pronunciar-se solicitando melhorias para o município
Uma lista de reivindicações estará à espera da presidente Dilma Rousseff (PT) em Cabrobó, Sertão do Estado, na próxima terça-feira (13). A expectativa é de que a petista inaugure uma estação de bombeamento da Transposição do São Francisco no município, mas de acordo com o prefeito, Antônio Auricélio Menezes (PSB), há muitas outras coisas a se fazer na cidade.
Em entrevista ao Portal LeiaJá, nesta sexta-feira (9), o correligionário de Eduardo Campos, confirmou ter iniciado a articulação para a realização de um protesto exigindo melhorias ao Governo Federal, mas depois voltou atrás. “Inicialmente houve até um esboço de que poderia acontecer isso (um protesto), mas pessoalmente não sabíamos que a presidente viria para Cabrobó. Quando eu recebi a notícia do cerimonial de que ela iria inspecionar as obras da Transposição, juntei com um grupo de companheiros e decidimos receber bem a presidente e ver o que vai acontecer”, revelou.
O prefeito pretende se pronunciar no evento e aproveitar o espaço para fazer cobranças, no entanto, disse já ter sido avisado que só Dilma discursará na solenidade. “Se houver oportunidade de nos pronunciarmos e colocar as nossas reivindicações será muito bom. O meu propósito é esse, mas eu estou sabendo que somente a presidente vai se pronunciar para os trabalhadores da obra. Então, eu estou elaborando um ofício do que foi prometido e do que verdadeiramente estamos revindicado e vou tentar ter uma conversa com ela, para que ao menos, ela leia e se não acontecer nada, nós vamos ter que começar a agir”, prometeu, pontuando a possibilidade de uma manifestação. “Agora, se isso não acontecer, aí sim, nós vamos pensar em alguma forma de protesto, porque muitas coisas prometeram”, reforçou.
Menezes descreveu uma série de ações asseguradas por ministros do governo Dilma desde 2005 como uma obra de saneamento básico na cidade que dos mais de R$ 100 mil reais, apenas 30% do trabalho foi concluído. “Ciro Gomes teve aqui como ministro e prometeu 300 habitações para a Zona Rural, mas só 182 foram construídas. O ex-ministro Geddel Vieira prometeu que as localidades distantes até 15km do Rio São Francisco todas elas teriam uma adutora”, relembrou.
Outras reclamações do gestor municipal foram sobre a implantação de uma extensão da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), já que na cidade não há campo universitário. “Em Petrolina existe a Univasf, tem faculdade em Serra Talhada, Salgueiro, Santa Maria tem o IF (Instituto Federal) e Cabrobó não tem nada disso, ao menos uma extensão da Univasf pelo menos! Cabrobó foi contemplado com uma escola técnica a prefeitura já assegurou o terreno, mas não saiu”, detalhou, esclarecendo que a instituição tem convênio com o Estado mais a maior parte dos recursos devem vir do Governo Federal.
Considerando como a maior Ilha Indígena de Pernambuco, Antônio Auricélio, contou que a Ilha da Assunção em Cabrobó foi contemplada com um convênio para a construção de um cais, de um centro cultural indígena e ainda a recuperação da estrada que dá acesso ao local, mas nada foi feito. Outra obra ligada a agricultura do local é vista por ele como um elefante branco. “Conseguiram celebrar um convênio e fazer funcionar o centro tecnológico de Arroz, mas está como elefante Branco. Para que ele possa funcionar o DNIT exige que haja um acesso ao asfalto que ele fica na BR”, descreveu.
Seguindo a lista de problemas na cidade, o socialista avaliou como positivo o recebimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) devido à construção da Transposição, mas quando a obra acabar garantiu ficar sem alternativa.
“Quando a obra sair daqui nós vamos nos acabar. Eles pagam uma receita boa, uns R$ 500 mil reais mensais. (...) Então, eu como gestor antevendo esta dificuldade financeira tenho que reivindicar. (...) E o nosso lema será “sem contrapartida não tem água para o eixo norte da Transposição” – porque a obra leva água para o Ceará e o Rio Grande do Norte, mas se não houver nada disso, nós vamos interromper as obras, convocar a sociedade e colocar as pessoas dentro do canal, só não vale morrer afogado (risos)”, frisou o socialista, que também contou ter ido procurar recentemente os ministros da Integração Nacional e das Cidades, mas segundo ele foi recebido apenas por assessores dos representantes do governo.