Dilma volta a cobrar reforma do Conselho de Segurança

Para ela, um conselho mais representativo - com mais membros de diferentes continentes - seria mais eficaz na resolução de conflitos mundiais através da intermediação

qua, 24/09/2014 - 12:58
Roberto Stuckert Filho/PR Dilma também lembrou que os governos precisam trabalhar para retomar o dinamismo da economia global Roberto Stuckert Filho/PR

Na abertura da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), a presidente Dilma Rousseff voltou a cobrar a reforma do Conselho de Segurança. Para ela, um conselho mais representativo - com mais membros de diferentes continentes - seria mais eficaz na resolução de conflitos mundiais através da intermediação.

"Os 70 anos das Nações Unidas, em 2015, devem ser a ocasião propícia para o avanço que a situação requer. Estou certa de que todos entendemos os graves riscos da paralisia e da inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas", frisou. A chefe do Executivo brasileiro também criticou as atuais intervenções da ONU à crise israelo-palestina e o uso da violência. "Esse conflito deve ser solucionado e não precariamente administrado, como vem sendo. Negociações efetivas entre as partes têm de conduzir à solução de dois Estados – Palestina e Israel – vivendo lado a lado e em segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas".

Durante o discurso, Dilma frisou que o Brasil é contra o uso da força, considerada incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. "Isso está claro na persistência da Questão Palestina; no massacre sistemático do povo sírio; na trágica desestruturação nacional do Iraque; na grave insegurança na Líbia; nos conflitos no Sahel e nos embates na Ucrânia. A cada intervenção militar não caminhamos para a Paz mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos", ressaltou.

A presidente também lembrou que os governos precisam trabalhar para retomar o dinamismo da economia global. "Ela deve funcionar como instrumento de indução do crescimento, do comércio internacional e da diminuição das desigualdades entre países, e não como fator de redução do ritmo de crescimento econômico e de distribuição da renda social".

Dilma também cobrou mais participação dos países emergentes nos organismos internacionais. "É imperioso também pôr fim ao descompasso entre a crescente importância dos países em desenvolvimento na economia mundial e sua insuficiente participação nos processos decisórios das instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário e o Banco Mundial. É inaceitável a demora na ampliação do poder de voto dos países em desenvolvimento nessas instituições. O risco que estas instituições correm é perder sua legitimidade e sua eficiência".

Na parte final do discurso, Dilma alertou para a necessidade de se proteger os direitos humanos, no mundo real e virtual. "O Brasil e a Alemanha provocaram essa importante discussão em 2013 e queremos aprofundá-la nesta sessão”. Ela falou da criação do marco civil da internet no Brasil e afirmou notar que a comunidade internacional tem se mobilizado para aprimorar a governança na internet. "O ano de 2015 desponta como um verdadeiro ponto de inflexão", disse.

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