Renan defende candidatura própria do PMDB em 2018
Em discurso da tribuna, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu nesta terça-feira, 7, a candidatura própria do partido a presidente da República em 2018. A defesa feita pela primeira vez publicamente por Renan ocorre após o desempenho que ele considerou "acima" das expectativas do partido nas eleições de domingo, 5. O peemedebista, entretanto, voltou a pedir a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
O peemedebista citou uma série de resultados de integrantes do partido para justificar a proposta. Ele mencionou o fato de que o partido elegeu em primeiro turno quatro governadores e ainda pode eleger outros oito no segundo turno, o maior número do País, que permanecerá como a maior bancada do Senado, será a segunda maior na Câmara dos Deputados e terá o maior número de deputados estaduais no País.
Renan fez um "agradecimento especial" e uma "homenagem sincera" ao que chamou de renovação que será conduzida em Alagoas pelo seu filho, o deputado federal Renan Filho (PMDB), eleito governador do Estado em primeiro turno.
"São números superlativos que impõem ao partido uma sincera reflexão sobre a necessidade de ter um projeto próprio de poder em 2018", conclamou Renan. Para ele, o "bom desempenho" da legenda reforça a necessidade de um projeto próprio e reposiciona o PMDB no centro da decisão das três esferas de poder. Questionado após em entrevista quem poderiam ser os candidatos do partido, Renan respondeu laconicamente: "Tem muitos".
Sem citar nominalmente Dilma Rousseff, o presidente do Senado disse que o PMDB deixou as "dúvidas" que tinha no passado e "embarcou num projeto que está mudando o Brasil", numa referência às gestões petistas.
"Nós do PMDB nunca faltamos e nunca faltaremos ao Brasil", disse. "O PMDB está, de fato em um relacionamento sério com o Brasil, o partido mostrou a sua densidade eleitoral. A força e a confiança naturalmente reservarão ao PMDB o papel de protagonista tanto no Legislativo quanto no Executivo", completou.
Renan defendeu a aprovação de uma reforma política para tirar o País da "idade da Pedra" e disse assumir o compromisso de tratá-la como prioritária após o segundo turno.
Em aparte, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) elogiou o pronunciamento do colega, mas lembrou que o partido não deu apoio unânime à reeleição de Dilma. Um dos defensores da candidatura do tucano Aécio Neves, Ferraço mencionou o fato de que 40% do partido não apoiaram a coligação com o PT e, para ele, as oposições venceram as eleições no primeiro turno, com as votações do candidato do PSDB e de Marina Silva (PSB).
Renan disse a Ferraço que não tinha a pretensão de dar ênfase à unidade do partido, mas destacou que a maioria da legenda decidiu apoiar Dilma e indicar o presidente do PMDB, Michel Temer, novamente vice na chapa da petista.