Juiz pede parecer sobre tratamento para Cerveró
Na semana passada, investigado foi atendido pelo Samu após apresentar um quadro clínico de ansiedade, com alta de pressão arterial
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, pediu parecer ao Ministério Público Federal (MPF) sobre o pedido de tratamento psicológico feito pela defesa do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Na quarta-feira (4), o investigado foi atendido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), após apresentar um quadro clínico de ansiedade, com alta de pressão arterial, segundo os advogados.
No pedido feito ao juiz, a defesa de Cerveró anexou laudo assinado pela psicóloga Elizabeth Carneiro, que pede autorização para começar o tratamento dentro da prisão. Os advogados chegaram a pedir a internação dele, mas desistiram.
"Declaro, para os devidos fins, que Nestor Cerveró é meu paciente há três anos e faz tratamento psicoterápico desde essa época para um quadro de transtorno de ansiedade. Desde o mês de abril de 2014, vem apresentando sintomas depressivos severos, necessitando assim de tratamento psicológico também para essa patologia. Apresenta-se atualmente com depressão maior, sendo extremamente danosa a interrupção do tratamento psíquico", diz a médica no laudo.
Cerveró está na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde 14 de janeiro, em função dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Ele foi preso sob a acusação de tentar ocultar seus bens.
De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no dia 16 de dezembro Cerveró sacou R$ 500 mil de um fundo de previdência privada e transferiu o valor para a filha, mesmo tendo sido alertado pela gerente do banco de que perderia 20% do valor. Em junho do ano passado, o ex-diretor da Petrobras havia transferido imóveis para seus filhos, com valores abaixo dos de mercado. Na intepretação do MPF, Cerveró tentou blindar o patrimônio e, por isso, a prisão foi requerida. A defesa nega que os saques tiveram a intenção de se desfazer do patrimônio.