“Longe de mim achar que não cometemos erro”, assume Dilma

Em conversa com a imprensa a presidente fala sobre a economia do país, a corrupção e assume erros cometidos no governo

por Élida Maria seg, 16/03/2015 - 18:17
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo A petista garantiu está aberta para o diálogo Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Após sanção do Novo Código de processo Civil, na tarde desta segunda-feira (16), a presidente Dilma Rousseff (PT) falou abertamente sobre a corrupção no país e garantiu ter humildade para corrigir o que estiver errado no governo. Na coletiva de imprensa, a petista também se disse disposta a dialogar, mas não abriu mão de fazer os reajustes que ela achar necessários. 

Durante a sabatina com jornalistas em Brasília Rousseff iniciou falando da economia do Brasil e até comparou a situação atual com o cenário internacional de 2014. “No início de 2014, todo mundo acreditava que a economia internacional iria sair do processo de retração e não ocorreu. Fizemos todo esforço para garantir emprego e renda. Os ajustes são importantes para o País. Temos de fazer correções”, anunciou, considerando condições positivas para a nação. “A diferença é que agora o País não quebra quando as coisas ficam voláteis lá fora. Vamos fazer esse esforço ao longo desse ano. O Brasil tem todas condições de sair em menos tempo do que em qualquer outra circunstância. Ninguém pode negar que fizemos de tudo para a economia reagir”, opinou.

Mesmo tentando demonstrar tranquilidade diante da situação econômica, a petista assumiu possíveis erros na gestão. “Longe de mim achar que não cometemos erro nenhum. Mas não posso aceitar ser responsabilizada por decisões que se não tomadas a situação seria pior. Temos que aceitar que as vozes são diferentes em um País complexo como esse. Mas tem que haver responsabilidade quando se trata de instituição”, avaliou.

Ainda reconhecendo possíveis erros, Dilma Rousseff se mostrou aberta ao diálogo e a opiniões divergentes. “Estamos dispostos a dialogar com quem quer que seja, com humildade. Você dialoga, mas não abre mão daquilo que acha que vai contribuir. A humildade implicas numa abertura sem preconceito, se a gente tiver errado a gente diz onde, mas Vamos ser firmes, não vou deixar de dizer para todos que temos que fazer ajustes. Não abrimos mão porque acreditamos que vai contribuir e melhorar”, reconheceu. 

Corrupção – Um dos temas mais questionados pela imprensa foi à questão da corrupção em virtude dos envolvimentos de cerca de 50 políticos na Operação Lava Jato da Petrobras, mas a presidente afirmou que esse era um problema antigo. “A corrupção não nasceu hoje. Ela não só é uma senhora bastante idosa, como não poupa ninguém, inclusive o setor privado. Essa questão da corrupção é algo que temos que tratar: é parte. O dinheiro tem esse poder corruptor”, expandiu, dando sugestões de resolução para o problema. “O combate à corrupção começa também a partir de processo educacional, o fato de não querer ganhar vantagem em tudo, valorizar o trabalho, então vamos tratar essa questão da corrupção de forma mais efetiva para tratar melhor”, anunciou. 

Fies – Dilma também assumiu erros na administração no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), mas prometeu resolver as dificuldades. “O governo cometeu um erro no Fies, porque passou para o setor privado o controle das matrículas. Mas detectamos, voltamos atrás, e estamos ajustando os programas. Deu problemas porque antes eram feitas diretamente pela instituição e agora está passando pelo governo”, confessou Rousseff, prometendo ser mais severa na seleção dos estudantes. “Uma pessoa que tirou zero em português passava, mas não iremos mais aceitar isso, e está regularizado agora. Quem tem zero em português compromete o Brasil”, concluiu a petista. 

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