Dilma defende medidas administrativas e critica oposição

Presidente anunciou que a reforma administrativa será divulgada na próxima semana e voltou a salientar que não cederá às pressões pelo impeachment ou renúncia

por Dulce Mesquita ter, 15/09/2015 - 14:21 Atualizado em: ter, 15/09/2015 - 14:33
Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo Dilma criticou as ações da oposição e defendeu a reforma administrativa Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo

Um dia após o anúncio do pacote do governo para tentar colocar as finanças públicas em ordem, a presidente Dilma Rousseff defendeu as medidas propostas, que preveem corte de gastos de R$ 26 bilhões, aumento de uma série de impostos e a volta da CPMF.

“O Brasil está passando por muitos problemas, é verdade. Mas o Brasil é mais forte que esses problemas”, disse a presidente, durante a cerimônia de entrega do 28º Prêmio Jovem Cientista. “Esse país é muito maior do que os pessimistas de plantão querem fazer crer. Quando estamos juntos, somos capazes de superar os desafios e dificuldades, de construir a trajetória para o país continuar a crescer”, disparou, em crítica clara à oposição.

Dilma também explicou que a nova contribuição não será permanente e os recursos terão um fim específico. “A proposta que nós estamos enviando ao Congresso é uma CPPrev. Ela é destinada fundamentalmente para a Previdência e ela é provisória porque nós sabemos que há uma depressão cíclica na Previdência. Sempre é assim. A Previdência tem uma queda quando diminui a atividade econômica”, destacou.

“A nossa proposta vai assim. Agora, como será feito no Congresso é outro processo de discussão”, acrescentou ela, que disse que o governo se empenhará para que as medidas sejam aprovadas no Congresso Nacional, assim como aconteceu com as matérias do ajuste fiscal. “Nós nos empenharemos bastante. Primeiro para aprovar essas medidas, porque elas são necessárias, não porque nós queremos tomá-las, mas porque nós passamos por um momento em que é fundamental que saiamos dessa situação de recessão fiscal o mais rápido possível, para poder voltar a crescer e gerar os empregos necessários para o país”.

A presidente disse ainda que a reforma administrativa será divulgada até a quarta-feira da próxima semana, dia 23. “Eu mesma apresentarei a reforma. Vou fazer junções de ministérios e também de grandes órgãos, porque há órgão que são maiores do que ministérios”, disse. “Também iremos reduzir os DAS e fazer uma série de medidas administrativas para enxugar a máquina e focá-la. Posso assegurar que será uma avaliação muito estrita em tudo o que o governo tem na área administrativa”, sustentou, sem querer adiantar algumas ações a serem feitas.

Em breve conversa com os jornalistas, Dilma criticou as ações da oposição, que lançou campanha pelo impeachment e pretende fazer o assunto avançar na Câmara dos Deputados. “O governo está atento a todas as tentativas de produzir uma espécie de estabilidade profunda no país. É o pessoal do quanto pior melhor. Esse pessoal... só eles ganham. A população e o resto dos setores produtivos perdem”, considerou.

A petista voltou a ressaltar que não cederá às pressões pelo impeachment ou renúncia. “O Brasil a duras penas conquistou uma democracia, eu sei o que eu estou dizendo. Nós não vamos, em momento algum, concordar ou faremos tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam”, salientou, em relação aos pedidos de impedimento protocolados no Congresso. O governo tem articulado uma possível rejeição caso um dos processos cheguem ao plenário da Câmara

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