Pimentel diz 'desconhecer' teor de delação de Trombeta

Trombeta afirmou aos procuradores da República que o governador estava na residência do dono do Grupo Caoa, numa reunião, em agosto de 2014

qui, 02/06/2016 - 08:20

A defesa do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), afirmou desconhecer a acusação do contador Roberto Trombeta. Delator da Operação Lava Jato, Trombeta afirmou aos procuradores da República que o governador estava na residência do dono do Grupo Caoa, numa reunião, em agosto de 2014, em que lhe foi solicitado a participação no repasse de R$ 3 milhões, em espécie, para o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, dono da Gráfica Brasil.

Bené, como é conhecido o amigo de Pimentel, é acusado de ser o operador de propinas do governador e está preso desde abril.

"É fundamental registrar, antes de qualquer observação, que o referido Sr. Roberto Trombeta é acusado pelo Ministério Público Federal de mentir e ocultar documentos prometidos por ele na negociação do acordo de delação premiada no âmbito da assim chamada Operação Lava Jato. Por esta razão, a delação pode ser anulada. Como a defesa de Fernando Pimentel, que não é investigado na referida operação, desconhece por completo os assuntos narrados, só pode se basear nas informações repassadas pela reportagem, que não deixa sombra de dúvida: nada do que foi relatado liga Pimentel a essas supostas tratativas. Nada a não ser a palavra de alguém que é acusado de mentir em sua delação. Nada além de "ter avistado" alguém que poderia, em sua avaliação, ser Fernando Pimentel em um desses supostos encontros", diz o advogado Eugênio Pacelli.

Em nota, a Caoa negou as acusações. "A CAOA desconhece a existência e eventual conteúdo das delações premiadas de Roberto Trombeta e seu sócio Rodrigo Morales que lhe faça qualquer menção, sendo curioso que tal suposta informação, coberta por sigilo legal, venha parcialmente ao conhecimento público, sem possibilidade prévia da empresa saber e contrapor os seus termos", diz a nota.

"A CAOA sempre desenvolveu suas atividades com recursos de origem lícita e privada, dentro e fora do Brasil e, ademais, desconhece os negócios e as empresas de Trombeta e Morales no exterior, as quais não fazem ou fizeram parte dos negócios da CAOA. A CAOA repele com veemência qualquer irregularidade", conclui o texto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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