No Rio, aliada de Cunha não concorre porque 'vai ser avó'
Oficialmente, desistência se deve a motivos familiares: 'Ela vai ser avó', informou sua assessoria
Ré na Lava Jato na mesma ação em que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pelo recebimento de US$ 5 milhões do esquema de corrupção na Petrobrás, a prefeita de Rio Bonito, Solange Almeida (PMDB), decidiu não disputar a reeleição. A desistência se deve a motivos familiares. "Ela vai ser avó", informou sua assessoria.
Na cidade, o candidato do PMDB é ligado ao presidente da sigla no Estado, Jorge Picciani.
Com a cassação do mandato de Cunha, a ação penal contra o ex-deputado e Solange, que estava no Supremo Tribunal Federal, foi encaminhada à 2.ª instância da Justiça Federal do Rio (Tribunal Regional Federal), porque a prefeita tem foro privilegiado. A partir de 1.º de janeiro de 2017, o processo deverá seguir para a 1.ª instância, pois ela perderá a prerrogativa.
Denúncia
Cunha foi acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter recebido propina para que a empresa Samsung Heavy Industries fosse contratada pela Petrobrás para a construção de navios-sonda. A intermediação da propina, segundo a denúncia, foi feita pelos lobistas Júlio Camargo e Fernando Soares, o Fernando Baiano.
Janot aponta Solange como partícipe do esquema, pois, como deputada, em 2011, apresentou requerimentos à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para que Camargo e as empresas Samsung e Mitsui dessem explicações sobre contratos com a Petrobrás. Segundo Janot, os requerimentos foram elaborados por Cunha para pressionar a Samsung a voltar a pagar propina. Solange e Cunha negam ter participado de qualquer esquema envolvendo contratos da Petrobrás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.