Após saída polêmica de Calero, Freire assume a Cultura
Em rápida cerimônia no Palácio do Planalto, novo ministro disse que pretende trabalhar na construção de consensos para democratizar o acesso à produção cultural
O presidente Michel Temer deu posse, nesta quarta-feira (23), ao novo ministro da Cultura, Roberto Freire. A nomeação para o cargo foi publicada no Diário Oficial da União dessa terça (22).
Após a assinatura do termo de posse, Freire disse, em discurso, que a cultura neste governo deve ser encarada como "instrumento de integração de diversidade" diante do antagonismo da globalização e do nacionalismo excludente. "Acreditamos que a criação cultural no seu mais amplo sentido poderá nos ajudar a atravessar essa névoa da mudança". Dizendo-se ciente das "dificuldades econômicas e éticas" do país, ele disse que o governo precisa de "temperança, ousadia e apoio a Lava Jato".
Sobre o trabalho no Ministério, ele disse que pretende "construir consensos" para dar maior acessibilidade a produção cultural do país. “Queremos que as nossas ações sejam mais eficientes e transparentes para satisfação da demanda de bens culturais da sociedade. O objetivo é de que a cultura seja um elemento de inclusão social, com incentivo e ampliação de acesso”. Ele também agradeceu a nomeação. “Sinto-me honrado pela confiança”.
Em breve discurso, Michel Temer disse que Freire representa um reforço para o governo, que deseja tirar o país da crise. “Estamos numa recessão profunda. Há quem exija logo um crescimento, mas nós que entendemos como as coisas funcionam sabemos que é preciso primeiro vencer a recessão. O crescimento é consequência da superação da recessão e, aí, virá o crescimento do emprego”, disparou, em clara resposta às críticas da oposição à sua gestão. Diante de uma plateia de parlamentares, Temer citou a necessidade de aprovação da PEC do Teto dos Gastos e, em seguida, da reforma da Previdência como formas de ajudar o país a sair da crise.
Roberto Freire, que até então ocupava o cargo de deputado federal, também é presidente do PPS e substitui o diplomata Marcelo Calero, que pediu para deixar o comando da pasta, na semana passada, alegando "divergências com alguns ministros do governo". Calero disse que o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira de Lima, o pressionou para liberar um empreendimento imobiliário de luxo em Salvador, do qual Geddel comprou um apartamento. Geddel nega as acusações, mas será investigado pelo pela Comissão de Ética da Presidência.