"Não deveria ter política para minoria", diz Gueiros (PSB)
O vereador do Recife disse, nesta quinta-feira (1º), que é preciso acabar, por exemplo, "com essa de criar secretaria para LGBT e idosos"
O vereador do Recife Carlos Gueiros (PSB) afirmou, nesta quinta-feira (1º), que o Estado não deveria ter políticas públicas especiais para as minorias. A postura dele foi exposta ao ser questionado pela imprensa sobre a falta de mulheres na nova composição da Mesa Diretora da Câmara dos Vereadores eleita hoje.
O PSB indicou Gueiros para permanecer na 1ª vice-presidência da Casa, mas a vereadora Nathália de Menudo reivindicou o posto ao partido sob a justificativa de um acordo anterior e da ausência feminina na direção, mas a legenda negou.
Indagado como avaliava o fato da Mesa Diretora não ter nenhuma vereadora, Gueiros foi taxativo e deixou claro que não há porque seguir proporcionalidade de gênero na Casa, apenas partidária.
“Eu digo sempre o seguinte: quem presidiu a primeira sessão dessa legislatura foi uma mulher [Michele Collins], mas isso não aconteceu por ela ser mulher não e sim porque foi a mais votada. O regimento diz que o mais votado, mulher ou homem, seja o que for, é quem preside a sessão. Então a gente precisa acabar com essa história de se olhar com privilégio para a minoria”, disparou o pessebista.
“A mulher hoje não precisa de ter proteção não, pelo contrário. A Michele [Collins] foi a mais votada, a Aline Mariano líder [do governo] aqui, escolhida pela bancada, e não é obrigatoriamente ela ser líder não e foi. E tinha muitos homens, ela preteriu os homens”, completou.
Perguntado se achava equilibrada a composição da Câmara com apenas seis vereadoras, ele reforçou à crítica. “Não acho que existam seis mulheres e tantos homens, eu vejo que existem 39 vereadores. A Lei não faz distinção. Dá prioridade para candidatar-se, agora na hora que se elege passa a ser igual”, argumentou.
Carlos Gueiros também emendou o posicionamento dizendo que o “Estado não deveria ter nenhuma política especial para a minoria”. “Então a gente precisa acabar com de criar secretaria para LGBT, para idoso... Por que? Todos nós somos iguais, não existe diferença. Eu sou um idoso, não quero diferenciação para mim não. As mulheres tem muito mais condições para ser melhores. Tratamento e respeito aprendi desde pequeno, sempre dou prioridade as mulheres, mas é questão de educação”, disse.
O pensamento de Gueiros comunga com o que foi dito recentemente pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que chamou de “coitadismo” as ações de movimento sociais direcionados para a minoria. Questionado se tinha o mesmo alinhamento, o vereador ironizou.
“Ele me ouviu. Antes dele dizer isso, eu já dizia isso”, destacou. “Todos nós somos iguais perante a Lei, quem diz isso é a Constituição. Então você tem prioridades em atendimento, numa fila de caixa para pagar, não é tratamento especial. Essa eu defendo”, concluiu.