Partidarização da polícia ocasionou motim, diz governador

Em entrevista, Camilo Santana declarou que os problemas dentro da polícia se inciaram quando os policiais puderam se filiar a partidos políticos

por Francine Nascimento qui, 05/03/2020 - 11:48
Reprodução/Instagram/CamiloSantana Reprodução/Instagram/CamiloSantana

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), culpou a "partidarização da polícia" pela greve dos policiais militares no Estado e ainda criticou elogios feitos por coronel aos policiais. A paralisação teve fim no último domingo (1º).

Em entrevista à GloboNews, Camilo Santana afirmou que a permissão para que agentes da Polícia Militar (PM) pudessem se filiar a partidos políticos fez gerar todos problemas que culminaram na greve que durou 13 dias. 

"A questão fundamental desse processo é a partidarização da polícia. Desde quando foi permitido que policiais pudessem se filiar a partidos políticos e se candidatassem estando no cargo, como o civil tem direito, isso começou a criar problemas dentro das polícias", declarou. 

Segundo o petista, as próprias lideranças do movimento são parlamentares. "É deputado federal, é deputado estadual, um vereador de Fortaleza, um vereador de Sobral que começou o movimento lá", disse o governador ressaltando, ainda, que o serviço policial não pode ser "misturado com a política". 

"Acho que o Congresso Nacional deveria puxar esse debate sobre a questão de acabar com isso", completou. 

Camilo Santana também se colocou contra os elogios do coronel chefe da Força Nacional de Segurança Pública, Antônio Aginaldo de Oliveira. Ele havia sido enviado ao Ceará para garantir o policiamento. Durante sua fala em um palanque, enalteceu os policiais chamando-os de "gigantes".

Segundo o governador do Ceará, “essa não é uma forma que eu trataria amotinados”.

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