“BolsoNero”, diz The Economist sobre Bolsonaro
Em longo texto sobre o Brasil, jornal britânico comparou o presidente ao imperador romano que incendiou o próprio país
Publicação ressaltou que presidente pode ser vetor da doença. (Isac Nóbrega/PR)
Um dos jornais mais respeitadas do mundo, o The Economist, publicou, nesta quinta (26), um longo artigo intitulado “presidente brasileiro brinca com a pandemia”, sobre a postura de Jair Bolsonaro diante das políticas de combate ao coronavírus. A publicação chamou o brasileiro de “BolsoNero” e elencou os momentos em que ele fez pouco caso da pandemia, a exemplo do pronunciamento em rede nacional, realizado na última terça (24).
Para o The Economist, Bolsonaro pode ser, inclusive, vetor da COVID-19. “"Se o vírus na Itália pula entre gerações que vivem juntas, no Brasil ele começa pulando entre classes, socialmente distantes, mas fisicamente próximas. Um vetor pode ser o presidente populista Jair Bolsonaro. Em 15 de março, depois que seu secretário de comunicação testou positivo para o vírus, ele ignorou as ordens de quarentena e tirou selfies com os fãs. Quando o primeiro brasileiro morreu de covid-19 no dia seguinte, ele denunciou 'histeria' sobre o vírus”, diz a revista.
A publicação coloca ainda que Bolsonaro “menospreza os esforços de todos” no combate à pandemia e que, por isso, deve ser ignorado. “Em 25 de março, ele mandou [o ministro da Saúde] Mandetta parar de pedir distanciamento social em larga escala. Em discurso televisionado em 24 de março, ele pediu aos governos locais que abandonassem as estratégias de 'terra arrasada', como fechar escolas e lojas, e criticou a mídia por espalhar 'a sensação de medo’, segue o texto.
Por fim, o The Economist comenta que o Brasil possui o sistema público de saúde que atende mais gente do que qualquer outro no mundo. Por isso, para o semanário, ele mereceria um investimento maior do que 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A Itália por exemplo, investe 6,7% do PIB, enquanto a Alemanha aplica 9,4% em saúde pública.