Servidores protestam no Recife contra Reforma da PEC 32
A mobilização nacional desta terça (14) contra a Reforma administrativa deve seguir em Brasília com atividades até a quinta (16)
Em defesa dos direitos do servidor público, manifestações espalhas pelo país contrariam a Reforma Administrativa nesta terça-feira (14). A mudança é defendida por deputados governistas através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32. No Recife, o ato se concentra em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na área Central.
"Bolsonaro diz que quer acabar com os privilégios dos servidores. Isso é balela. Tem um vídeo dele dizendo 'o que eu quero é que os prefeitos tenham condição de tirar e botar quem ele queira', ou seja, não é um problema com privilégio. O que ele quer é reduzir os gastos com o serviço público", afirmou o presidente estadual da Central única dos Trabalhadores (CUT), Paulo Rocha.
"Como ele não tem coragem de dizer que quer acabar com o serviço público, ele coloca a culpa nos servidores", disparou. A mobilização desta terça (14) deve seguir em Brasília com atividades até a quinta (16).
O representante estadual do movimento acredita que a intenção do presidente é repassar recursos públicos para a iniciativa privada e aumentar o número de cargos comissionados, uma forma de dificultar o controle de casos de corrupção.
"Ele não quer que alguém fiscalize. O fim da estabilidade não é um problema para os servidores, é um problema para a sociedade", denunciou.
Rocha ressalta que a Reforma almeja aumentar a jornada de trabalho, reduz salários dos servidores e acaba com as carreiras. Contudo, a pauta da PEC 32 não atinge altos cargos como generais do Exército e juízes, por exemplo.
Na rede estadual de Pernambuco, cerca de três mil servidores recebem abono para que o salário atinja o salário mínimo, situação que se repete em outros Estados, de acordo com o líder sindical.
Outra proposta criticada é a distribuição de vouchers de R$ 100 para extinguir o pagamento de auxílios em despesas médicas. O 'cupom' também teria a finalidade de custear gastos escolares no ensino particular, o que Paulo prevê como o fechamento de escolas públicas.
Além de frente sindicais, também participaram do ato os deputados Isaltino Nascimento (PSB), Teresa Leitão (PT), a co-deputada do Justas, Carol Vergolino (PSOL), e o ex-prefeito do Recife João Paulo (PCdoB).