Último debate do Governo de PE repete ausências e ataques

Candidatos reforçaram discursos já feitos anteriormente e foram menos amistosos entre si. Marília e Anderson não compareceram

por Vitória Silva qui, 29/09/2022 - 14:59
Reprodução/YouTube Último debate entre candidatos de Pernambuco Reprodução/YouTube

A temporada de debates entre os candidatos ao Governo de Pernambuco foi encerrada nesta quinta-feira (29), a três dias das Eleições 2022. O último confronto entre os postulantes foi promovido pela TV Jornal e transmitido ao vivo para todo o país pelo YouTube. Apesar do ritmo morno que os encontros recentes demonstraram, o debate foi movimentado e teve mais provocações entre os candidatos no geral, em vez de críticas apenas focadas no PSB de Danilo Cabral. 

O socialista, porém, ainda foi o alvo comum dos demais adversários. Anderson Ferreira (PL) e Marília Arraes (Solidariedade), mais uma vez, não compareceram. Foi o sétimo debate da campanha eleitoral e a ex-deputada faltou a todos eles. Anderson participou de dois, no começo da disputa, e não voltou a se comunicar com o eleitorado e com os opositores através das mídias.  

A estrutura do debate seguiu a dos anteriores: primeiro bloco com tema livre, 30 segundos para as perguntas, dois minutos para as respostas e um minuto de réplica. O segundo bloco conteve perguntas de tema definido e o terceiro foi voltado às considerações finais. Pela regra da entrevista, palavras de baixo calão seriam proibidas e o microfone do candidato seria mutado, mas a atitude não foi necessária. 

Transporte público foi tema mais recorrente 

Para o eleitorado que esperava um foco maior em propostas amplas de governo, o debate não cumpriu o esperado. Vários temas foram deixados de lado pelos candidatos, como a violência de gênero, a segurança pública e principalmente a saúde do estado, que só foi mencionada por Miguel Coelho (União Brasil), em tom de crítica ao legado do PSB.  

A primeira rodada foi iniciada por Pastor Wellington (PTB), que perguntou a Raquel Lyra (PSDB) sobre propostas para o transporte do Grande Recife. A candidata voltou a falar sobre ter interesse em ir ao Governo Federal, caso eleita, para conversar com o Presidente da República, “seja ele quem for”. “Vou a Brasília perguntar se ele vai expandir ou requalificar o metrô do Recife”, disse. Como outros candidatos, ela também voltou a falar na aplicação da Tarifa Única e no fim da integração temporal. Raquel também indicou que deve ter diálogo direto com os prefeitos da região metropolitana para fazer esta avaliação. 

Pouco depois, Anderson Ferreira foi mencionado, dentro do mesmo tema, por ser o ex-gestor da cidade mais populosa do estado, Jaboatão dos Guararapes. “Tenho que lamentar a ausência do pior prefeito de Jaboatão. Vemos o caos de Jardim Monteverde, o caos em Cavaleiro, o caos em Jaboatão inteiro e a gente não consegue ver onde Anderson Ferreira investiu dois milhões em infraestrutura”, disse Pastor Wellington. 

Marília Arraes, segunda pessoa ausente, também foi relembrada em alguns momentos. Raquel e o Pastor lamentaram a ausência da adversária, e o petebista chegou a chamar Arraes de “candidata abortista” e que atualmente finge estar mais alinhada com pautas conservadoras e cristãs. Marília, apesar de pertencer à ala progressista, é cristã, contra o aborto e mãe de três crianças. 

Danilo Cabral, como alvo mais recorrente, também desviou de se aprofundar em propostas e não comentou as críticas ao legado do Governo Paulo Câmara. Questionado por Raquel sobre como ele pretende convencer a população de que trará algo diferente, ele disse que “o governador [Paulo Câmara] governou o estado no pior momento da história, com um conjunto de crises que todos sentiram na pele” e que “o estado se encontra equilibrado”. 

Já o candidato João Arnaldo (Psol), ampliou os temas para a Educação e o Empreendedorismo, apesar de Cabral ter usado o seu tempo de pergunta para questionar o psolista sobre a ausência de Marília, de quem Arnaldo já foi aliado nas eleições municipais. O candidato do Psol reafirmou o interesse em criar a renda básica popular de R$ 600 e a criação de 1.400 cozinhas solidárias, cálculo que disse ser necessário para dar conta das pelo menos 600 mil famílias de Pernambuco com grau de fome grave ou moderado. 

Ele também falou na criação da agência estadual de apoio ao micro e pequeno negócio, junto ao Banco Popular de Pernambuco, para viabilizar o crédito desburocratizado e rápido para quem precisa empreender.  

Durante o segundo bloco, o tópico de segurança pública foi introduzido e os candidatos posteriormente voltaram a falar do transporte público metropolitano. Nos primeiros cinco minutos da segunda parte, a transmissão precisou ser interrompida, após a mediadora Anne Barretto sofrer um mal-estar ao vivo e precisar de atendimento médico imediato. A jornalista passa bem. 

Assista ao último debate do Governo de Pernambuco no YouTube

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