Smartphones: é impossível desgrudar

Até nos momentos de lazer na praia, usuários continuam conectados

por Naiane Nascimento qua, 15/08/2012 - 16:38
Victor Soares/LeiaJáImagens O mar, a areia e o sol disputam bravamente a atenção dos banhistas com os smartphones Victor Soares/LeiaJáImagens

Que a tecnologia tem fisgado a atenção cada vez mais das pessoas, isso não é novidade; e um dos queridinhos para tal ainda são os smartphones. Mas a necessidade de tê-los por perto vai além das necessidades de uma rotina de correria e trabalho: a mania chega a tomar o tempo e a atenção das pessoas até no momento de lazer na praia, por exemplo. 

Na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no meio da semana (em plena quarta-feira), o movimento era tranquilo, mas entre os poucos banhistas presentes não foi tão difícil localizar algumas pessoas que não estavam aproveitando tanto assim o sol. 

A diarista Vânia Soares e a amiga Beatriz Marlene estavam aproveitando a praia para pegar um bronzeado, dar alguns mergulhos no mar, mas confessaram que, entre uma conversa e outra, verificavam o celular para ver se tinha alguma ligação. “Percebi que recebi uma mensagem e estava respondendo. Não posso ficar distante do celular, preciso estar sempre com ele caso me liguem”, explicou Beatriz. “Não navego na internet, só faço ligações e envio mensagens, mas fico sempre com o telefone por perto para saber como estão as coisas em casa”, conta Vânia. 

Para outros o lazer da praia pode até dividir a atenção com o trabalho. É o caso de Adalberto Lopes que explicou que precisa estar sempre de olho no smartphone, navegando na internet, pesquisando, conferindo e-mail e respondendo mensagens, pois para ele, isso é fundamental para o seu trabalho de produção de eventos. “A oferta virtual é tão grande que não consigo desgrudar do telefone. Tenho que estar sempre ligado”.

De fato, o mar, a areia e o sol estavam disputando bravamente a atenção dos banhistas com os smartphones e, em meio a um período repleto de greves, a praia também se torna um refúgio de diversão e lazer para quem está passando por essa fase. A estudante Gabriela Caldo Silva estava na areia navegando nas redes sociais através do smartphone e, segundo ela, fazendo inveja aos colegas que estavam em casa. Ela conta que muito desse apego pelos gadgets é uma questão de status, para mostrar que é "badalado". “Eu utilizo quando estou na academia, na praia e para tirar onda com os amigos”. Gabriela estava fazendo fotos e publicando em sua rede social. “Acabei de publicar ‘Sorria, você tem uma amiga na praia’”, conta, que resolveu brincar com os amigos no Facebook com o conhecido aviso de segurança "Sorria, você está sendo filmado".

Nos finais de semana, pela maior quantidade de pessoas na praia, o número de usuários conectados aumenta ainda mais, mas mesmo durante a semana, os smartphones roubam a atenção do lazer natural e ao vivo. Mesmo com o mar cheio, convidativo, e o sol brilhando, as pessoas ainda assim viam nos celulares a melhor diversão da manhã.

Fica ainda mais visível que os conceitos de lazer e diversão têm tomado outras rumos e estão se tornando, cada vez mais, virtuais. “A cada dia a gente vai passando a fazer menos isso aqui – vir à praia – para viver mais isso aqui – os meios tecnológicos. Isso é uma pena”, conclui Adalberto Lopes. 

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