Smartphones reduzem concentração, diz pesquisa

Experimento estabelece relação entre produtividade e o uso de smartphones

por Nathália Guimarães sex, 07/10/2016 - 16:31
Reprodução Com o dispositivo longe do campo de visão, desempenho dos participantes foi 26% melhor Reprodução

Os smartphones ajudam a manter o contato com colegas, controlar mensagens e realizar tarefas urgentes de qualquer lugar, mas eles realmente nos tornam menos produtivos quando estamos no ambiente de trabalho. É o que mostra o novo experimento psicológico feito pelas Universidades de Würzburg e Nottingham Trent, comissionado pela Kaspersky Lab.

O estudo mostrou uma correlação entre os níveis de produtividade e a distância entre os participantes e seus smartphones. Com o dispositivo longe, o desempenho dos participantes foi 26% melhor. O experimento testou o comportamento de 95 pessoas com idades entre 19 e 56 anos nos laboratórios das Universidades de Würzburg e Nottingham Trent.

Pesquisadores solicitaram que os participantes fizessem um teste de concentração em quatro situações diferentes. A primeira delas com o smartphone no bolso, sobre a mesa, trancado em uma gaveta e mantido fora da sala.

Os resultados foram significativamente mais baixos quando o aparelho estava visível, e cada distância adicional imposta entre os participantes e seus dispositivos, aumentou o desempenho no teste. No geral, os resultados do teste foram 26% melhores quando os telefones ficavam fora da sala.

"Estudos anteriores mostraram que, por um lado, a distância do smartphone tem um impacto emocional negativo, como o aumento da ansiedade. Mas, por outro lado, as pesquisas também demonstraram que a presença do smartphone pode ser um fator de distração", diz o pesquisador Jens Binder, da Universidade de Nottingham Trent.

Os resultados do experimento correspondem às descobertas de uma pesquisa anterior, intitulada "Amnésia Digital no Trabalho". Nesse estudo, a Kaspersky Lab demonstrou que os dispositivos digitais podem ter impacto negativo sobre os níveis de concentração.

Ela mostrou, por exemplo, que a inclusão de notas em dispositivos digitais durante reuniões reduz o nível de entendimento do que está acontecendo no ambiente. Segundo a Kaspersky, embora a proibição de dispositivos digitais no trabalho não seja uma opção real, essas descobertas, associadas às do estudo dão as empresas uma ideia de como melhorar sua produtividade. 

"Em vez de esperar ter acesso permanente a seus smartphones, a produtividade dos funcionários pode ser incrementada se eles tiverem um período exclusivo sem o smartphone. Um modo de fazer isso é impor regras de reuniões, como a proibição de celulares e computadores no ambiente normal de trabalho", diz o diretor geral da Kaspersky Lab Brasil, Cláudio Martinelli. 

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