'Call of Duty: Vanguard' retorna às origens da franquia
Título apresenta uma campanha solo cinematográfica, porém curta e foca mais no seu multiplayer; acompanhe a resenha
Ao relembrar os últimos dez anos da indústria de videogames, muitas foram as franquias que se destacaram e ganharam popularidade entre os jogadores e, entre elas, com certeza “Call of Duty” da publicadora Activision está presente.
Amada por uns e odiada por outros, a saga que iniciou em 2003, já conta com mais de 15 jogos da sua franquia principal, além de outros títulos spin-offs lançados para consoles portáteis. A princípio, a franquia era ambientada no cenário da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mas apresentou uma nova roupagem em 2009, com “Modern Warfare”, que trazia a saga para o universo das guerras modernas.
A partir desse ponto, “Call of Duty” adotou a temática moderna como padrão para seus futuros títulos e, em alguns momentos, trouxe cenários futuristas, o que incomodou muitos fãs antigos. Hora ou outra, a Activision revisitou a Segunda Guerra Mundial, como foi o caso em “WWII” (2017) e agora, em seu mais novo título “Call of Duty Vanguard” (2021).
Por mais que muitos prefiram a ambientação e as armas modernas, o cenário da Segunda Guerra Mundial está entre os favoritos de muitos jogadores, não apenas para fãs de “Call of Duty”, mas também, para os que cresceram nos anos 1980 e 1990, com as franquias “Wolfenstein” (1981) e “Medal of Honor” (1999).
É importante esclarecer que os eventos presentes na Segunda Guerra Mundial foram momentos de horrores para toda a humanidade, contudo, o tempo provou que é possível explorar a temática e extrair bons materiais de entretenimento em diversas mídias. Um grande exemplo disso, são filmes como “O Resgate do Soldado Ryan” (1998) e outras obras que retratam a tirania do ditador Adolf Hitler (1889-1945).
Nos videogames isso não é diferente e “Vanguard” é a prova que essa temática ainda não está saturada e consegue promover bons produtos para a indústria do entretenimento.
Contudo, não espere uma história real de guerra em “Vanguard”, pois neste caso, a Segunda Guerra Mundial é apenas um plano de fundo e os demais eventos que compõem a narrativa do game são ficcionais, o que não configura um problema, mas sim, uma segunda opção de trabalhar com a temática.
Em “Vanguard” o jogador assume o controle de um pequeno grupo especialista, que na maior parte do tempo precisa se infiltrar nas bases nazistas e descobrir os planos de Hitler, que podem determinar o destino da guerra. Toda a campanha solo se apresenta de maneira cinematográfica.
Contudo, o título não está livre de problemas. Em diversos momentos, a história do game obriga o jogador a seguir de maneira mais sorrateira, para isso, será preciso passar por lugares sem ser visto ou correr de inimigos por estar desarmado. Esse tipo de situação não combina com a estrutura de gameplay que a franquia utiliza nos últimos anos e quebra o ritmo da jornada.
Diversas falhas técnicas podem comprometer a experiência, como o registro de pontos de checagens em momentos de quase morte, que muitas vezes podem obrigar o jogador a resetar um capitulo inteiro; além de travamentos e fechamentos repentinos na versão de PC.
Outro ponto a ser destacado é que, há muito tempo, as campanhas solo dos jogos da franquia “Call of Duty” são apenas conteúdos secundários, tento em vista que o principal atrativo é o seu modo multijogador. Por conta disso, aqueles que desejam jogar de maneira solo, saibam que a campanha do jogo é curta, e pode ser concluída em menos 8h, a depender da dificuldade escolhida.
Muitos jogadores compram os jogos da série “Call of Duty”, ignoram o modo campanha e vão direto se aventurar no modo online. Ao que tudo indica, a Activision sabe disso e acaba por não investir tanto na campanha single player, que possui um grande potencial de brilhar ainda mais. Quem sabe um dia.
Ao se tratar do multiplayer, “Vanguard” traz o clássico mata-mata em equipe, favorito de muitos jogadores por anos, mas também dispõe de outros modos, como rouba bandeira e outros níveis que trazem o popular Battle Royale (Gênero de jogo onde vários jogadores competem e apenas um sobrevive, o estilo ficou muito popular graças a títulos como “Fortnite” (2017) e “Playerunknown's Battlegrounds” (2018) ).
“Call of Duty Vanguard” retorna às suas origens, mas oferece uma campanha curta aos jogadores que se interessa pelo seu modo solo. O multiplayer do game pode ser uma maneira de trazer longevidade ao título, no entanto, o título cai na mesma situação de outros da franquia em relação a sua durabilidade, que chega a no máximo um ano.
Em 2022, um novo “Call of Duty” será lançado e a massa de jogadores migrará para a versão mais nova, o que obriga muitos a fazerem o mesmo upgrade. Por ser lançado de maneira anual, essa mesma situação se repetira em 2023, 2024, 2025 e assim por diante.
O jogo está disponível para PC por R$229,90; Playstation 4; Playstation 5, Xbox One e Xbox Series X/S por R$R$279,00 em suas versões digitais.