Professores discutem proposta do Governo

Categoria decidiu não acatar reajuste salarial

por Pedro Henrique Cunha qui, 19/07/2012 - 17:40
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens Categoria diz que proposta do Governo é meramente de educação salarial e que os docentes querem mais que isso Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

Professores das universidades e institutos federais realizaram, nesta quinta-feira (19), uma assembleia para discutir as propostas do Governo Federal. Num contexto geral, os docentes brigam por uma reconstrução do plano de carreira, melhores condições salariais e de trabalho e melhorias na educação como um todo. Por unanimidade, a categoria decidiu não aceitar a proposta oferecida. Os docentes querem 20,5% de reajuste ainda este ano. 

“O Governo apresenta meramente uma proposta de educação salarial, enquanto defendemos um projeto para a educação brasileira, que inclui ampliação de investimentos em educação pública; reestruturação da carreira docente; melhores condições de trabalho; reafirmação do caráter público da universidade e órgãos suplementares, a exemplo dos hospitais universitários que estão em processo de privatização”, afirmou o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), José Luiz Simões. 

A proposta oferecida pelo Governo Federal vai valer para o próximo ano, desde que os professores aceitem. Ela concede, no período de três anos, reajustes entre 24% e 45% para doutores com dedicação exclusiva na universidade, e isso representa que, o piso salarial para docentes nesse contexto será de R$ 8,4 mil. Ainda segundo a página eletrônica do ministério da Educação (MEC), o menor reajuste para a carreira será de 12% para professores com somente graduação e 20 horas de trabalho por semana. 

A greve, que completou 60 dias na última terça-feira (17), têm prejudicado a 35 mil estudantes dos campus do Recife, Vitória de Santo Antão e Caruaru.  No total, 2.366 professores paralisaram as atividades. Na próxima segunda-feira (26), o sindicato nacional irá receber nova proposta do Governo Federal. 

De acordo com informações da assessoria de imprensa, a avaliação do Comando Local de Greve da Adufepe diz que a proposta do governo desconsidera as reivindicações da categoria.

O Comando divulgou nota onde cita os pontos mais críticos:

- Por desconsiderar a carreira unificada, um dos principais pontos da pauta docente; 

- A divulgação de um reajuste de 45% que só atinge menos de 10% da categoria. Para os demais, o reajuste sequer repõe as perdas inflacionarias; 

 - Por ferir a autonomia universitária fixando novos critérios à progressão docente, a serem posteriormente definidos pelo MEC, e não mais pela comunidade acadêmica;

- Por transgredir a LDB e a Constituição Federal, ao aumentar a carga mínima de horas-aula em 50%, quebrando o equilíbrio entre Ensino, Pesquisa e Extensão;

- Por excluir os aposentados da proposta;

- Por não abrir negociação com os técnico-administrativos, o que acaba por agravar ainda mais as precárias condições de trabalho.

A proposta apresentada pelo governo apresenta meramente reposição salarial, enquanto a categoria defende um projeto para a Educação Brasileira que inclui: ampliação de investimentos em educação pública; reestruturação da carreira docente; melhores condições de trabalho; reafirmação do caráter público da Universidade e órgãos suplementares, a exemplo dos Hospitais Universitários que estão em processo de privatização.

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