A escolha da pós-graduação nem sempre é fácil

Profissionais devem escolher o curso conforme seus objetivos, sejam eles no campo da docência ou para o mercado profissional em si

por Nathan Santos dom, 10/02/2013 - 09:00

O mercado profissional está cada vez mais exigente e concorrido por trabalhadores qualificados. Ter uma habilidade ou conhecimento a mais geralmente é um diferencial em um processo seletivo, e, por isso, quem almeja ter destaque no âmbito profissional precisa se qualificar.

Antigamente, ser formado em uma graduação superior era considerado um diferencial positivo. Hoje, já não basta ser graduado, é necessário também ter uma pós-graduação, seja ela uma especialização, mestrado ou doutorado. Os estudantes que concluem o curso superior e pretendem ingressar numa pós, às vezes, têm dúvidas quanto ao curso mais adequado para os objetivos profissionais deles. Portanto, optar pela pós-graduação mais adequada é de suma importância para garantir ao recém formado uma boa qualificação e que supra a necessidade de mercado.

Muita gente que se forma pensa em seguir uma vida acadêmica como professor e pesquisador, outros querem ser especialistas de mercados, e ainda há aqueles que almejam as duas áreas. Entretanto, é necessário entender que existem pós-graduações diferentes e que guiam os profissionais ou para a academia ou para o mercado profissional. De acordo com o pró-reitor acadêmico da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau, Emerson Lavor, para conduzir a melhor escolha, existem duas áreas: latu sensu e strictu sensu.

A primeira é direcionada para o mercado de trabalho, com atividades mais práticas, que permeiam situações do dia a dia. Já a strictu sensu, condiz com a preparação para a academia, através de pesquisas e docência universitária. Segundo Lavor, “90% das pessoas procuram fazer latu senso”. O pró-reitor explica que “um fator preponderante é que o número de vagas em mestrados e doutorados (strictu sensu) é reduzido e o mercado já não mais aceita profissionais generalistas”, destacando a necessidade de se ter uma especialização, além de o número de vagas na latu sensu ser maior.

Sem necessidade de ligação com a graduação

De acordo com Emerson Lavor, está errado quem pensa que, necessariamente, a especialização precisa ter vínculo direto com a graduação. “É aconselhável que o aluno de uma pós-graduação busque novos conhecimentos”, justifica.

“Na UNINASSAU, por exemplo, a gente tem caso de aluno que é formado em administração e tem especialização na área de direito”, completa o educador.  O curso de administração é um forte exemplo de graduação abrangente. Portanto, é comum encontrarmos profissionais com especializações em gestão comercial e de pessoas, em recursos humanos, entre outros segmentos de cunho administrativo.

A gerente de pós-graduação de UNINASSAU, Adriana Saboia é um exemplo de quem tem uma especialização sem tanto vínculo com a graduação. Ela é formada em nutrição e tem especialização em didática do ensino superior. “Ministro aulas no curso de nutrição e, nas minhas aulas, tento abrir o leque de possibilidades de pós-graduações para meus alunos”, comenta.

De acordo com a gerente, o Ministério da Educação (MEC) exige que um profissional, para ser professor universitário, tenha ao menos uma especialização, até porque, a grande maioria possui a disciplina de docência do ensino superior. Entretanto, é fato que muitas instituições de ensino procuram contratar docentes com mestrado e doutorado, mas, ser especialista é algo que conta muito no currículo de quem pretende ser mestre ou doutor.

Segundo dados do Censo da Educação Superior de 20122, do MEC, atualmente, existem 6.739.689 pessoas matriculadas em cursos de graduação no ensino superior do País. Em relação a cursos de pós-graduação, o Brasil possui 187.760 profissionais matriculados.

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