A escolha certa na primeira escola dos filhos

Muitas são as dúvidas na hora de colocar o filho em uma escola. Confira recomendações indicadas por quem vive este momento

por Camilla de Assis dom, 20/09/2015 - 08:08
Líbia Florentino/LeiaJáImagens/arquivo Escolas proporcionam o primeiro contato da criança com o coletivo Líbia Florentino/LeiaJáImagens/arquivo

Criar e educar uma criança até por volta de seu um ano de idade é uma tarefa de amor e acolhimento da maioria dos pais. Mas, em determinado momento, o convívio com o pequeno já não pode ser mais tão intenso, por conta de trabalho e outros afazeres. Então, o momento é de pensar em colocar o filho, local em que se pressupõe ser uma segunda casa para os pequenos. 

No período em que se começa a pensar nisso, também surgem as diversas dúvidas sobre qual é o melhor local. Questões como proximidade da residência da família, tipo de ensino, relação dos funcionários com alunos, entre outras vertentes, são e devem ser observadas pelos pais e responsáveis no momento anterior ao da matrícula.

Prima e responsável na maior parte do tempo por Davi, de quase dois anos, Talita Candeias já pensa em como escolher a escola certa para o pequeno. “O ensino e a localidade são os principais critérios na escolha da escola para Davi. A princípio, a mãe dele queria colocá-lo numa escola de ‘nome’, mas ela e o pai trabalham e só o veriam à noite. Como não há ninguém para buscá-lo, ela pensou em um local mais próximo”, explica Talita. 

A jovem também diz que a escolha também foi feita com base nos preceitos religiosos pregados pela instituição. “Como somos evangélicos, pensamos nisso, também, na hora de escolher”, diz Talita. Como o pequeno Davi já vai entrar nos “estudos” no início de 2016, a seleção do melhor local já está sendo feita desde o início do segundo semestre deste ano. “Já estamos pensando há algum tempo, para nada ficar muito corrido e acabarmos escolhendo um local não tão bom”, complementa a jovem.

Antes de tudo, é importante que os pais estejam seguros do que estão fazendo. Essa é a dica da psicóloga do Colégio Madre de Deus, Ana Paula Franklin. A especialista afirma que os pais devem observar se a instituição tem uma proposta de acordo com os valores e crenças da família da criança. “Quem é responsável pelo menino ou pela menina deve observar se o local é acolhedor, se tem parceria com a família e se possui regras de acordo com que é ensinado para o pequeno”, observa Ana Paula. 

Segundo a psicóloga, o momento de entrada na escola é muito diferente para a criança e os pais devem entender isso. “Ela [a criança] sai do ambiente micro e vai aprender a viver no ambiente macro, a dividir espaço, a fazer atividades que ela não fazia”, explica Ana Paula Franklin. A recomendação é que os pais insiram os pequenos aos poucos na escola. “Digamos que ela estude pela manhã. Da primeira vez, a criança fica das 7h às 9h no ambiente escolar e depois é levada para casa. Aos poucos, ela se adaptará ao novo local e ficará no horário regular”, orienta. 

Para a diretora pedagógica do Colégio Apoio, Rejane Maia, os pais devem observar três características fundamentais antes de matricular o filho numa instituição de ensino. Primeiramente, deve ser observado o clima relacional. “É importante que, no momento da visita à instituição, os pais observem o clima relacional. Ou seja, o cuidado dos adultos com as crianças, a relação entre os funcionários e os pequenos”, explica. Após isso, se faz necessário averiguar o projeto pedagógico da instituição e ver se condiz com os valores da família. Um terceiro ponto é a questão da segurança das crianças na escola, ou seja, o ambiente físico do local. “Após isso, os pais podem ver outras questões, como mensalidade, localidade e outras coisas”, sugere Rejane. 

Estudo em casa com forma de espera

Alguns pais buscam escolher com calma a escola onde os filhos serão inseridos. Algumas vezes, os espaços oferecidos não condizem com os valores dos responsáveis e, aqueles que agradam, aparecem com mensalidades muito caras. A administradora Maria Catarina Espírito Santo está passando por esta situação. Ela e o marido estavam no processo de escolha das creches e berçários, mas os selecionados estavam fora do orçamento da família. Então, a escolha de Maria Catarina foi praticar o homeschooling, que é o estudo em casa. 

“Eu já tinha a ideia do homeschooling, antes mesmo de casar, e fui atrás de informações. Então, acabei achando a página ‘Como Educar seus Filhos’ e daí pra frente foi se confirmando mais a minha vontade e do meu marido de fazer isso”, explica Maria Catarina. Ela ainda conta que a rede social no Facebook trata-se de um curso, em que é disponibilizado materiais para os pais. “Achei ótimo. Estou aguardando as novas turmas”, comenta. 

A administradora ainda diz que, apesar de não ter recebido o curso, o método não é de apenas ler para o filho ou fazer as coisas a partir do que ele pergunta ou faz. “Já lemos para ele desde muito novo. Ele também aprende muito com a banda ‘Palavra Cantada’ e optamos por não colocar nada muito ‘comercial’ para ele, nada que não fosse originalmente brasileiro e cultural”, explica Catarina. 

Os pais de Joaquim optaram por não colocar o menino em uma escola logo cedo, porque viram que “as escolas são permissivas com as crianças hoje em dia, assim como a sociedade está hoje, onde a criança está podendo fazer tudo o que quer sem seguir orientação dos pais”, comenta Catarina. Apesar dessa visão, ela disse que em outro momento vai colocar o filho em uma instituição. “Quando [ele] chegar a uma idade mais adequada – uns três anos –, eu o coloco numa escola. Apesar disso, não pretendo modificar o ensino em cas”, declara. 

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