Estudantes simulam reunião da ONU para falar de educação
Conferência simulada mobilizou alunos do 6º semestre de Pedagogia da Universidade da Amazônia (Unama), em Belém
Os alunos do 6º semestre de Pedagogia da Universidade da Amazônia (Unama) realizaram uma Simulação de Reunião na ONU (Organização das Nações Unidas) para discutir Educação no Brasil. A simulação foi dividida em duas apresentações. A primeira ocorreu na última sexta-feira (8) e a segunda será na próxima sexta-feira (15). A simulação é um trabalho avaliativo da professora de Pedagogia Leila Almeida, que ministra a disciplina de Políticas Públicas e Educação com a turma.
A professora explica a importância de trabalhos como esse serem realizados em sala de aula, já que o tema proposto agrega muito com a proposta da disciplina. “Como a disciplina trabalha muitos temas atuais sobre a educação, e como o Brasil, às vezes, é chamado para responder sobre os direitos humanos, eu resolvi juntar os conteúdos da minha disciplina e realizar uma simulação de conferência da ONU”, explica Leila.
Os alunos de Relações Internacionais da Unama também foram convidados para ajudar na simulação, representando as autoridades dos organismos internacionais presentes para compor a bancada. “Como já faz parte do curso deles fazerem essas simulações, eu pensei que seria muito oportuno para a disciplina os alunos que já entendem bastante dessa dinâmica de uma conferência da ONU estarem presentes”, conta a professora.
Durante a simulação houve debates, perguntas e réplicas da plateia. A sala ficou bastante ambientada como se fosse uma conferência da ONU. “O evento foi muito bom, os alunos levaram a sério mesmo, estudaram muito cada um dos seus temas. Fiquei muito satisfeita principalmente porque os alunos foram protagonistas”, diz Leila.
A professora explica que esse tipo de trabalho avaliativo é chamado de pedagogia ativa de sala de aula invertida. “O aluno que se prepara para temática sugerida e orientada pelo professor vai expor aquela temática na frente de todo mundo”, relata.
Além da simulação, os alunos tiveram que realizar artigos científicos sobre as suas temáticas no trabalho. “E outro ponto muito relevante para a vida acadêmica deles é que, em cima das pesquisas que eles fizeram para defender o tema da ONU, as equipes escreveram artigos científicos, e estamos analisando a oportunidade de fazer publicações em revistas de educação sobre os artigos produzidos”, conta Leila.
Para Leila, a expectativa é que a próxima apresentação seja ainda melhor e que os trabalhos sejam concluídos com o objetivo proposto de gerar debate e argumentações válidas entre os alunos. “Acredito será melhor ainda, porque os alunos já vão entendendo mais a dinâmica do processo, vão se sentindo mais seguros e conseguindo alcançar a proposta do trabalho de gerar problematização, debate e despertar a produção de pensamento entre os alunos”, diz.
O aluno de pedagogia Ibraim Assaid, que apresentou o trabalho na sexta-feira (8) com o tema "Declaração da Unesco sobre a educação e suas orientações e acordos com o Brasil", conta que aprendeu muito desenvolvendo esse trabalho. Ele falou da importância de levantar discussões sobre a educação no Brasil: “A simulação sobre a conferência da ONU nos deu a possibilidade de falar sobre a situação que a educação se encontra no nosso país e quais são as expectativas para o futuro. Como futuro pedagogo, acredito que novas práticas metodológicas são sempre bem-vindas. A educação bancária, que consiste na expectativa do professor ser o transmissor do conhecimento, não faz parte do atual contexto em que estamos inseridos”, disse.
Das seis metas estipuladas pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Brasil conseguiu alcançar apenas duas. Ibraim acredita que, no Brasil, a educação é pouco valorizada e muito envolvida em interesses políticos. “Aqui no nosso país a política vê que a educação não é algo de imediato. Mas creio que deveria ser, independente de partido ou de governo”, completou.
Por Leticia Aleixo.