Universitários criam perfis para mostrar ‘balbúrdia’

Páginas têm o objetivo de promover trabalhos acadêmicos realizados por estudantes

por Camilla de Assis ter, 07/05/2019 - 19:20
Reprodução/Instagram Perfil do Balbúrdia UFPE no Instagram Reprodução/Instagram

Recuar na decisão de que universidades promotoras de “balbúrdia” dentro dos campi teriam verbas cortadas não foi suficiente para apagar o impacto na academia causado pelo ministro da Educação Abraham Weintraub. Após a declaração, surgiram diversas páginas em redes sociais promovendo e divulgando alunos realizando e apresentando trabalhos, pesquisas e extensões acadêmicas, como parte das “bagunças” causadas pelos estudantes.

Em Pernambuco, as universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) já ganharam perfis no Instagram com o objetivo de promover positivamente a imagem das instituições e dos estudantes. Segundo um dos criadores do Balbúrdia UFPE, o estudante de odontologia Italo Ferreira, o maior objetivo é conscientizar a população externa. “Queremos que a população em geral saiba que nós não fazemos balbúrdia e que os cortes serão maléficos para todo mundo”, explica o discente.

Italo salienta, ainda, que a ideia de criar a página veio juntamente com um amigo. “Vimos que a própria comunidade acadêmica defende os cortes com o argumento de que a universidade não produz nada benéfico para o Estado ou para o país, então criamos o Balbúrdia UFPE com o objetivo de mostrar a ‘balbúrdia’ feita pelos estudantes, indo a congresso e ganhando prêmios”, disse. O perfil já acumula quase 8 mil seguidores em alguns dias de criação.

O estudante de odontologia também demonstrou preocupação com os cortes. “Eu trabalho na clínica de odontologia na UFPE e somos, juntamente com o CISAM [Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros], os únicos lugares do Estado onde atendemos e realizamos cirurgia em bebês com fibromialgia [língua presa], e os cortes acabariam com o atendimento de 600 crianças no segundo semestre”, lamenta o Italo.

Já a estudante de história da UFRPE, Raissa Efrem, é a criadora do Balbúrdia UFRPE. Com o mesmo objetivo, o perfil busca mostrar os trabalhos acadêmicos que contribuem para a sociedade realizados por estudantes da Rural. “O ministro disse que ia cortar verbas de faculdades que não tivessem bom desempenho, entretanto não houve qualquer tipo de análise desse desempenho porque o corte já foi implementado em menos de um mês. Então a ideia da rede social foi de poder mostrar essa performance que o ministro disse que iria cobrar e não cobrou”, reclama.

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