Passeio de barco aborda mudanças climáticas com estudantes
Alunos da Escola Municipal Bola na Rede discutiram a organização da cidade e sua sustentabilidade
Na tarde desta quarta-feira (6), 40 estudantes da Escola Municipal Bola na Rede, no bairro da Guabiraba, tiveram um dia diferente, aprendendo fora da sala de aula. Eles participaram de um passeio no Barco Escola Águas do Capibaribe para tratar de temas ambientais. O roteiro teve início às 14h30 com saída do Marco Zero.
O Secretário de Educação da Prefeitura do Recife, Bernardo D’Almeida, esteve presente na incursão pedagógica e disse que o passeio tem o objetivo de conscientizar as crianças sobre a necessidade de preservar o meio ambiente e tomar cuidado com o impacto da ação humana sobre a natureza.
“A ação humana tem agredido tanto o meio ambiente que as mudanças climáticas estão se acelerando negativamente para as pessoas, principalmente para os mais pobres. A gente quer que as crianças tenham consciência da importância das mudanças climáticas que podem afetar não somente o Recifense, mas toda a humanidade”, disse ele.
Sobre a educação ambiental das crianças nas escolas do município, o secretário afirmou que os temas são abordados de modo transversal pelos educadores no currículo escolar, tanto dentro de sala quanto em ações extra-classe. Bernardo citou como exemplo a “ecobarreira” feita por estudantes com garrafas pet para filtrar o lixo do Canal do ABC, junto à Escola Municipal Professor Antônio de Brito Alves, no bairro da Mustardinha.
Alfio Mascaro, Geógrafo com mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, foi o responsável por conduzir o passeio das crianças pela Bacia do Pina, apresentando pontos da cidade e levantando discussões ambientais e urbanas com os estudantes.
“Vamos pensar sobre as mudanças climáticas que têm uma importância grande nas ações do nosso dia a dia. Por exemplo, temos uma subida grave do nível dos oceanos em comparação a séculos passados. Isso é preocupante, as populações de montanhas e ribeirinhas são muito impactadas, hoje já tem muitos migrantes, exilados do clima. É importante o Brasil ter uma política de preservação ambiental, respeito às florestas, às populações tradicionais, tudo que o governo não está fazendo”, afirmou ele.
Joanna Correia da Cunha tem 10 anos, é aluna do 5º ano da Escola Municipal do Recife Bola na Rede e relatou a presença de lixo nas águas do rio. Para ela, um dos aprendizados do dia de passeio foi a necessidade de reciclar.
Já Alana Beatriz Barbosa, que também está no 5º ano, conta que gostou de passar por baixo das pontes da cidade no barco, ver as árvores dos manguezais, aprender sobre a influência da lua nas marés e sobre o Rio Capibaribe. A estudante, que costumava jogar lixo nas ruas com frequência, afirma que mudará de atitude pensando nas águas da cidade e nos animais marinhos. “O lixo prejudica o rio, o mar e os animais marinhos. Vou parar de jogar lixo na rua porque ele faz mal aos animais marinhos e eu não queria estar no lugar deles”, disse a menina.
A incursão pedagógica faz parte da programação da Conferência Brasileira do Clima, realizada no Recife desta quarta-feira (6) até a próxima sexta-feira (8). O evento reúne ONGs, movimentos sociais, a comunidade científica, o governo e o setor privado para debater experiências, tecnologias, negócios e políticas públicas do Brasil para combater o aquecimento global.
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