UPE rejeita ato contra médico e criança grávida no Cisam

Por meio de nota, a Universidade esclareceu que espera que os envolvidos respondam legalmente

por Aurilene Cândida ter, 18/08/2020 - 08:45
Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo Cisam é administrado pela UPE Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

Em nota, a Universidade de Pernambuco (UPE) afirmou rejeitar os atos promovidos no domingo (16) em frente ao Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), na Encruzilhada, Zona Norte do Recife. A unidade foi cercada por manifestantes, que tentaram invadir o local à força onde hostilizaram a menina de dez anos que estava grávida após ter sido estuprada pelo tio no Espírito Santo e a equipe médica responsável pela interrupção legal de sua gestação. 

“Esperamos que os envolvidos respondam legalmente ao artigo 331 do Código Penal, que define como crime ‘desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela’, com pena prevista de ‘detenção, de seis meses a dois anos, ou multa’, bem como descumprir decreto do governo estadual quanto a obrigatoriedade de uso de máscaras em locais públicos, com previsão de multa”, diz a UPE. 

A Universidade ainda acrescentou que o Cisam, que é administrado pela UPE, é centro de referência para casos de aborto com amparo na legislação brasileira. “Repudiamos fortemente atos políticos e religiosos que vão de encontro a determinações legais, bem com estimulam aglomeração e confusão em frente a uma unidade hospitalar e seu serviço de emergência obstétrica, com evidente desrespeito ao hospital e seus pacientes. Questionamentos legais devem ser feitos ao poder judiciário, e não a profissionais em cumprimento de seu dever” de acordo com nota publicada pela instituição. 

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