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O papa Francisco pediu neste domingo (3) aos católicos chineses que sejam "bons cidadãos", durante sua visita à Mongólia, em uma viagem marcada por várias mensagens destinadas a melhorar os vínculos entre Vaticano e China.

O jesuíta argentino de 86 anos enviou "uma saudação calorosa ao nobre povo chinês" e acrescentou: "Aos católicos chineses, peço que sejam bons cristãos e bons cidadãos".

Com a primeira viagem papal à Mongólia, um país da Ásia central que fica entre a Rússia e a China, Francisco tem dois objetivos: visitar uma região isolada, onde o catolicismo é minoritário, e aproveitar a proximidade geográfica com a China para melhorar as relações com Pequim.

O pontífice presidiu uma missa neste domingo em um ginásio de hóquei no gelo da capital, Ulan Bator, durante a qual expressou apoio à pequena comunidade de 1.400 católicos da Mongólia, país de maioria budista e com três milhões de habitantes.

O papa foi recebido por fiéis empolgados e percorreu o local em um pequeno veículo escoltado pelo missionário italiano Giorgio Marengo, que aos 49 anos é o cardeal mais jovem do mundo e exerce a função de representante da prefeitura apostólica de Ulan Bator.

Em seguida, Francisco prosseguiu até o altar em uma cadeira de rodas para presidir a missa diante de uma gigantesca cruz de madeira instalada especialmente para a cerimônia.

Ao final da liturgia, o papa afirmou a palavra obrigado em mongol, "bayarlalaa", e saudou os "irmãos e irmãs da Mongólia".

Antes da missa, Francisco se reuniu com representantes das principais religiões da Mongólia no Teatro Hun.

O evento teve a presença de líderes cristãos, além de representantes do budismo, xamanismo, islamismo, judaísmo, hinduísmo, da igreja ortodoxa russa, mórmons e bahai.

"As tradições religiosas, com toda sua distinção e diversidade, têm um potencial impressionante para beneficiar a sociedade em seu conjunto", declarou o pontífice.

Natsagdorj Damdinsuren, que dirige um mosteiro budista na Mongólia, afirmou à AFP que a visita de Francisco "demonstra a solidariedade da humanidade".

O papa encerrará a visita ao país na segunda-feira.

- "Autêntico" -

Nomin Batbayar, estudante de 18 anos que compareceu à missa celebrada pelo papa, celebrou o apelo de Francisco por um diálogo inter-religioso.

"Eu sinto que ele é uma pessoa realmente autêntica. A China não o apoia de verdade, mas seu povo está presente hoje", disse, em referência aos muitos peregrinos chineses que viajaram para a Mongólia - alguns expressaram o desejo de que o pontífice visite algum dia o país.

Em um encontro com missionários católicos no sábado em Ulan Bator, Francisco afirmou que os governos "não têm nada a temer".

"Os governos não têm nada a temer com o trabalho de evangelização da Igreja porque esta não tem uma agenda política", afirmou o pontífice, sem citar diretamente a China, Estado com o qual o Vaticano não tem relações diplomáticas.

O Partido Comunista da China, que exerce um controle rigoroso sobre as instituições religiosas, teme a possível influência da Igreja Católica em seu território.

A Santa Sé renovou no ano passado um acordo com Pequim que permite às duas partes ter uma voz na nomeação dos bispos na China. Alguns críticos afirmam que esta foi uma concessão perigosa do Vaticano, em troca de sua presença no país.

- "Interesses terrenos" -

A Mongólia recebeu oficialmente o papa no sábado (2), com uma cerimônia na grande praça Sukhbaatar. Francisco se definiu como um "peregrino da amizade" e elogiou a "sabedoria e a rica e antiga cultura do país, onde os pecuaristas e agricultores "respeitam os delicados equilíbrios do ecossistema".

Também denunciou a "ameaça da corrupção, que representa um perigo para o desenvolvimento de qualquer comunidade humana".

A Mongólia registrou grandes manifestações no ano passado contra um escândalo de desvio de verbas vinculado à indústria do carvão. Além disso, grande parte de seu território sofre o risco da desertificação devido à mudança climática, pecuária extensiva e atividades de mineração.

O papa reiterou neste domingo a mensagem a favor da proteção da natureza e denunciou que se a humanidade acabar "voltada apenas para os interesses terrenos, terminará arruinando a própria terra, confundindo progresso com retrocesso".

Najla Uchi está ansiosa pela primeira visita do papa Francisco ao Bahrein, já que o pontífice planeja visitar a Igreja do Sagrado Coração, que seu pai ajudou a construir, a mais antiga deste pequeno reino do Golfo Pérsico.

"Estou transbordando de alegria", diz a septuagenária de origem iraquiana, que afirma ter estado presente durante a primeira visita do papa à região, nos Emirados Árabes Unidos, em 2019.

Na capital do Bahrein, Manama, Najla Uchi acende velas em um canto de sua sala de oração, antes de retirar velhos álbuns de fotos cheios de memórias familiares.

"Meu pai deixou Bagdá, sua cidade natal, há muito tempo para se estabelecer no Bahrein", conta à AFP. A família recebeu a nacionalidade do Bahrein, algo incomum hoje nos países do Golfo.

Como seus vizinhos nesta região rica em hidrocarbonetos e de maioria muçulmana, o Bahrein abriga uma considerável comunidade de expatriados, incluindo milhares de católicos do Sudeste Asiático, África, Oriente Médio e países ocidentais.

Francisco é o primeiro pontífice a visitar o Bahrein. Esta viagem apostólica, de 3 a 6 de novembro, foi organizada por ocasião do "Fórum para o diálogo: Oriente e Ocidente para a convivência humana", uma conferência interreligiosa que segue a linha da organizada nos Emirados em 2019.

- Diplomacia religiosa -

Assim como os Emirados, o Bahrein joga o trunfo da tolerância religiosa para suavizar sua imagem internacional, enquanto ONGs o acusam regularmente de repressão política e violações de direitos humanos.

Como parte de sua viagem oficial, o pontífice visitará Manama, mas também Awali, onde está localizada a Igreja do Sagrado Coração, construída em 1939, quando o regime concedeu terras para abrigar um local de culto católico.

Foi então que confiaram o projeto ao pai de Najla Uchi, que era empresário. Décadas depois, sua filha abre orgulhosamente uma caixa contendo uma medalha: uma recompensa da igreja para o pai.

Antes da construção da igreja, os padres "vinham do Iraque uma vez por mês para realizar diferentes cerimônias para os cristãos do Bahrein, que eram poucos na época", explica Najla Uchi.

Segundo ela, "a vida no Bahrein era simples", e crianças de diferentes comunidades cresciam juntas em Manama. "As diferenças religiosas, étnicas e linguísticas não eram uma barreira entre nós", lembra.

Desde então, o culto cristão, que antes era marginal, se difundiu no país. "Hoje há milhares de nós que assistem à missa dominical na igreja", revela.

O Vaticano estima que existam 80.000 católicos no Bahrein, principalmente trabalhadores asiáticos da Índia e das Filipinas.

No total, há mais de 3,5 milhões de cristãos na região do Golfo, 75% católicos, quase todos trabalhadores estrangeiros.

Eles são autorizados a cultuar nas poucas igrejas existentes, exceto na Arábia Saudita, que proíbe a prática de qualquer religião que não seja o islamismo.

A visita do papa aos Emirados em 2019 foi a primeira de um pontífice à Península Arábica, berço da religião muçulmana.

No Bahrein, continuam os preparativos para receber o papa, que celebrará uma missa no estádio Manama no sábado. O padre Charbel Fayad prevê a participação de cerca de 28.000 pessoas, 20.000 delas residentes do Bahrein.

Segundo ele, "a visita tem uma grande dimensão estratégica", pois reforça o papel do Bahrein em seu desejo de ser o interlocutor do diálogo religioso, "construindo pontes entre Oriente e Ocidente".

Um coro de 100 pessoas de diferentes nacionalidades cantará diante do papa em vários idiomas, como árabe, inglês e hindi.

Mona Koro também está ansiosa pela visita. Para esta expatriada jordaniana, é uma "ocasião para os cristãos no Bahrein orarem".

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu nesta segunda-feira, 17, uma bênção do Frei Davi em ato com católicos em São Paulo. Com a imagem de Nossa Senhora Aparecida nas mãos, Frei Davi pediu que a santa "abra os caminhos" e proteja Lula e seu candidato a vice, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB).

O frei também deu uma bênção a Lúcia França (PSB), candidata a vice-governadora de São Paulo, com críticas ao adversário Tarcísio de Freitas (Republicanos). O cabeça de chapa, Fernando Haddad (PT), deixou o evento pouco antes para participar do Roda Viva nesta noite.

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"Mãe Querida, Lúcia e Haddad vão enfrentar candidato laranja. Não pode isso, Mãe Querida. E além de ser laranja, é candidato que está envolvido no Orçamento Secreto. Não pode isso, Mãe querida", afirmou o Frei.

Lula, que tem repetido que não quer usar igrejas para conquistas eleitores, afirmou no evento que não estava pedindo votos. O ex-presidente recebeu nesta segunda-feira apoio de cerca de 200 religiosos católicos, entre padres, freiras, frades e outros, em evento que teve discursos e músicas de louvor.

Os católicos são mais numerosos que os protestantes na Irlanda do Norte, segundo os resultados de um censo oficial publicados nesta quinta-feira (22), algo inédito para esta província britânica marcada pelos conflitos religiosos.

O censo mostra que 42,3% da população se identifica como católica, contra 37,3% das pessoas que se declaram protestantes ou outras denominações cristãs.

No censo anterior, de 2011, os católicos eram 45% e os protestantes e outras denominações cristãs 48%.

A Irlanda do Norte foi criada há 101 anos com uma distribuição geográfica que garantia uma maioria protestante e, portanto, o poder aos unionistas, partidários da integração ao Reino Unido.

No restante da ilha, hoje a República da Irlanda, os católicos são maioria.

Os católicos da Irlanda do Norte são majoritariamente favoráveis a uma reunificação com a República da Irlanda.

De acordo com os dados do censo nesta província britânica, 31,86% dos habitantes se identificam apenas como britânicos e 29,13% apenas como irlandeses. E 19,78% se identificam como norte-irlandeses.

Em 2011, 40% da população se considerava apenas britânica.

Após uma imagem de São Jorge ter sido destruída a pedradas em uma praça de Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, fiéis da umbanda e do catolicismo realizaram um ato simbólico no local onde a escultura foi vandalizada, na noite de terça-feira (26). O encontro teve como objetivo defender a liberdade de expressão, crença e mostrar que diferenças entre práticas religiosas podem coexistir em respeito. Uma missa foi realizada, à ocasião, pelo bispo auxiliar Dom Catelan. A informação é do jornal O Globo.  

Após a missa, o grupo caminhou em uma procissão de cerca de 300 metros até a Praça Ana Lima, conhecida como Praça do Chafariz, onde a imagem depredada ficava protegida por uma espécie de redoma de vidro. “É muito importante que continuemos unidos contra o preconceito e a violência. O verdadeiro amor de Deus está nos nossos corações”, orientou o bispo Catelan. 

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A reunião também contou com a participação do deputado estadual Átila Nunes (MDB), relator da CPI da Intolerância Religiosa na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e do babalorixá Márcio de Jagun, responsável pela Coordenadoria Executiva da Diversidade Religiosa (Cedir) do município do Rio. Durante o evento, a praça ganhou uma nova imagem de São Jorge, doada pelo parlamentar. 

“O ato foi verdadeiramente ecumênico, com a união de fiéis da Umbanda e do Candomblé. Com certeza a fúria do preconceituoso que destruiu a imagem está ligada ao espetáculo do carnaval deste ano, quando a religiosidade afrobrasileira foi valorizada com a consagração das suas divindades”, afirmou Átila Nunes. 

O Cedir encaminhou o caso à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Agentes da especializada buscam imagens de câmeras de segurança instaladas por comerciantes e prédios da região para tentar identificar os responsáveis pelo ataque à imagem do Santo Guerreiro. 

O caso 

A imagem de São Jorge, na Praça do Chafariz, em Irajá, foi depredada por vândalos. A informação foi confirmada pelo pároco da igreja local Nossa Senhora da Apresentação, padre Bruno Viana. A escultura foi destruída pelos criminosos a pedradas, dois dias após a data que homenageia o santo, dia 23 de abril. De acordo com o pároco da igreja São Jorge, em Quintino, padre Dirceu Rigo, há preocupação com a falta da liberdade para expressar a crença. 

 

A Igreja Católica conta com 1,34 bilhão de fiéis em todo o mundo, um número que cresceu em todos os continentes, com exceção da Europa, segundo as estatísticas publicadas nesta quinta-feira (21) pelo Vaticano.

Em 31 de dezembro de 2019, o número de católicos chegava a 1.344.403.000, ou seja 15.410.000 pessoas a mais em relação ao ano anterior, segundo os dados coletados pela agência Fides, o órgão de informação dos missionários católicos.

Em 2009, dez anos atrás, a agência Fides contabilizou 1.180.665.000 católicos.

A Europa registrou uma queda de 292.000, enquanto a África registrou o maior aumento (+8,3 milhões), seguida pelas Américas (+5,3 milhões), Ásia (+1,9 milhão) e Oceania (+118.000).

Nas Américas, não foi especificada a quantidade para América do Norte e do Sul.

No total, os católicos representam 17,74% da população mundial, calculada em 7.577.777.000.

O número de padres foi estabelecido em 414.336 (+271 em relação a 2018), mas diminuiu na Europa (-2.608), América (-690) e Oceania (-69).

Já África (+1,649) e Ásia (+1,989) registraram um aumento dos padres, o que confirma que o futuro da Igreja se encontra nesses dois continentes e compensa o declínio na Europa e nas Américas.

Há dez anos, em 2009, Fides fez a mesma observação sobre a Europa, com uma queda do número de padres (-1.674).

Novamente foi registrada uma crise vocacional, já que o número de seminaristas está em 114.058, com uma queda de 1.822. Somente a África registrou um aumento (+509).

A Igreja Católica foi abalada nos últimos anos por vários escândalos de abusos sexuais contra menores cometidos por religiosos.

As estatísticas foram retiradas do último "Anuário Estatístico da Igreja" e oferecem uma visão geral da Igreja Católica no mundo, devido à 95ª Jornada Mundial dos Missionários que se acontece no domingo.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é a preferência de 45% dos evangélicos para as eleições de 2022. Disparado nesse arco da religião cristã, o presidente perde em todas as outras religiões quando enfrenta o seu principal possível oponente para o próximo ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados são da mais recente pesquisa do PoderData divulgada nesta sexta-feira (6).

No mesmo grupo, de evangélicos, Lula têm 26% da preferência. Nos demais, aparece em primeiro, como entre os católicos, onde possui 39% do favoritismo, contra 21% de Bolsonaro. Na umbanda e candomblé a diferença é ainda mais larga: 78% indicam votar em Lula e só 3% em Bolsonaro. Para os espíritas, o petista também é o preferido: 54% contra 24% do atual mandatário.

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Entre os ateus, Lula tem 38% e seu oponente tem 20%; entre os que não têm religião, são 41% da preferência para o petista e 8% para o conservador. Outras práticas e crenças religiosas registraram preferência de 34% para Lula e 31% para o atual presidente.

A pesquisa também indicou quatro nomes da chamada terceira via. Ciro Gomes (PDT) se destaca entre os ateus, com 24%; Datena (PSL) vai melhor entre quem não tem religião, com 23%;  João Doria (PSDB) tem seu melhor percentual entre os católicos, 11%; e Luiz Henrique Mandetta (DEM) vai bem entre quem marcou a opção ‘outros’, com 16%.

Foram ouvidas 2.500 pessoas nas 27 unidades da Federação entre os dias 2 e 4 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Novos levantamentos da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) divulgados neste sábado (26) mostram que há uma tendência de rejeição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entre moradores de periferias das grandes cidades e eleitores com baixa escolaridade e renda. A comparação entre pesquisas feitas em fevereiro e em junho revela que, nas periferias das grandes cidades, a parcela do eleitorado admite não votar em Bolsonaro em nenhuma hipótese aumentou de 53% para 67% – um salto de 14 pontos percentuais em quatro meses.

No eleitorado como um todo, essa taxa aumentou seis pontos, de 56% para 62%. Essa é a terceira pesquisa lançada em dias consecutivos pelo instituto, que é formado por antigos executivos do Ibope. Os resultados da última quinta-feira (24) mostram que o eleitorado evangélico passou a discordar das posições do presidente e já reavalia seu apoio. Na pesquisa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece como principal opção dos religiosos para 2022, votado por 41% dos evangélicos entrevistados, contra 32% de Bolsonaro.

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Entre os católicos, Lula teve uma vantagem maior ao ser escolhido por 52%, enquanto o atual presidente obteve 20% das intenções.

Já na pesquisa divulgada nessa sexta-feira (25), os resultados são mais gerais: se as eleições fossem hoje, Lula teria o dobro de intenção de votos do atual presidente, liderando com 11 pontos percentuais um material contra outros quatro possíveis nomes, incluindo o de Jair Bolsonaro.

O petista aparece com 49% dos votos; Bolsonaro com 23%; Ciro Gomes (7%); João Doria (5%) e Luiz Henrique Mandetta (3%). Brancos e nulos representam 10% dos eleitores, enquanto 3% disse que não sabe ou não respondeu. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Parece que o eleitorado evangélico passou a discordar das posições do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e já reavalia seu apoio. Na pesquisa do instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) apresentada nessa quinta-feira (24), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece como principal opção dos religiosos para 2022.

O estudo mostra que o petista seria votado por 41% dos evangélicos entrevistados, contra 32% de Bolsonaro. Entre os católicos, Lula teve uma vantagem maior ao ser escolhido por 52%, enquanto o atual presidente obteve 20% das intenções.

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O Ipec também indica que o ex-presidente tem mais que o dobro de votos do atual gestor, que vê a rejeição do seu governo aumentar sobretudo pelo trato questionável com a pandemia.

A pesquisa ouviu 2.002 eleitores de 141 cidades, entre os dias 17 e 21 e junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para maios ou menos.

Os católicos de Nice rezam neste domingo, Dia de Todos os Santos, sob segurança máxima, com uma oração especial para as três vítimas do ataque de quinta-feira contra uma de suas igrejas, cometido por um jovem tunisiano que chegou à França "para matar", nas palavras do ministro do Interior.

No centro de Nice, muitos fieis compareceram às primeiras missas do Dia de Todos os Santos na igreja de Voeu, cercada por militares armados.

"Estava apreensiva, com medo de vir", explica à AFP Claudia, de 49 anos, que, tranquilizada com a presença das forças de segurança, decidiu finalmente acompanhar a cerimônia religiosa. "Precisamos mostrar que não temos medo, que estamos aqui", completa.

A mobilização das forças de segurança foi reforçada em toda França, que está em vigilância máxima contra atentados. O prefeito de Nice, Christian Estrosi, acompanhará uma cerimônia no domingo à noite na basílica de Notre-Dame da Assunção, onde três fiéis foram assassinados na quinta-feira em um ataque com faca.

O Dia de Todos os Santos, uma das principais datas católicas, celebra em 1º de novembro os santos conhecidos ou desconhecidos. No dia 2, Finados, as orações são voltadas para os falecidos, com visitas aos cemitérios.

Apesar do novo confinamento decretado no país pela pandemia de covid-19, o poder público autorizou os cultos até segunda-feira. Depois, as missas com público serão suspensas por um mês.

"Temos que mostrar aos demais que continuamos de pé! Nossa liberdade de expressão é justamente nossa liberdade de abrir nossas igrejas, onde proclamamos que nossa fé é uma mensagem de amor", afirmou o arcebispo de Nice, monsenhor André Marceau, em uma entrevista ao jornal Nice Matin.

Marceau pediu aos muçulmanos que adotem medidas contra o extremismo, ao mesmo tempo que afirmou "não sou Charlie", em referência ao semanário satírico que publicou caricaturas de Maomé e foi alvo de ataques jihadistas em 2015.

"Para matar"

Seis pessoas já foram detidas no âmbito da investigação do ataque de quinta-feira em Nice, informou uma fonte judicial. O agressor, Brahim Issaoui, um tunisiano de 21 anos, gravemente ferido por policiais durante a detenção, continua hospitalizado ainda não teve condições de ser interrogado.

Brahim Issaoui "estava no território nacional há algumas horas. Obviamente veio aqui para matar. Como se explica por quê estava armado com várias facas assim que chegou?", afirmou o ministro do Interior, Gérald Damanin.

A Procuradoria Nacional antiterrorista tenta determinar se o criminoso teve cúmplices para executar o ataque "terrorista islamita", segundo as palavras do presidente francês Emmanuel Macron.

Issaoui, que tinha antecedentes judiciais por crimes menores, saiu em meados de setembro da Tunísia. O primeiro-ministro tunisiano, Hachem Mechichi, pediu aos ministros do Interior e da Justiça que cooperem plenamente com as autoridades francesas.

Ele teria chegado na terça-feira a Nice, depois de passar pela ilha italiana de Lampedusa, e foi gravado pelas câmeras de segurança próximas da basílica na véspera doa ataque, segundo uma fonte próxima à investigação.

Após a decapitação nas proximidades de Paris, em meados de outubro, de um professor que exibiu caricaturas de Maomé a seus alunos em uma aula sobre liberdade de expressão, Macron defendeu o direito de publicar as charges em nome da liberdade de expressão, o que gerou manifestações e pedidos de boicote de produtos franceses em alguns países muçulmanos.

A China anunciou nesta quinta-feira a renovação por dois anos de um acordo provisório assinado com o Vaticano sobre a nomeação dos bispos, tema que provoca mal-estar entre a Igreja e o governo chinês há décadas.

"O acordo foi prorrogado por mais dois anos", afirmou à imprensa o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijan.

Pequim e o Vaticano assinaram em setembro de 2018 um acordo provisório e renovável que pretendia acabar com quase 70 anos de tensões pela delicada questão da nomeação dos bispos.

Os 12 milhões de católicos da China estão divididos entre uma igreja clandestina, chamada de 'subterrânea', que só reconhece a autoridade do papa, e a igreja "oficial", submetida ao regime comunista.

Com o acordo de 2018, o papa Francisco reconheceu oito bispos nomeados por Pequim sem a sua aprovação e as autoridades chinesas reconheceram dos ex-bispos da igreja subterrânea.

Mas as concessões feitas pelo Vaticano não deixaram a vida dos cristãos da igreja clandestina chinesa, que representaria quase seis milhões de fiéis, mais fácil.

Os católicos, assim como os fiéis de outras religiões, sofrem com a política de onipresença do regime chinês, que implica a destruição de templos ou de cruzes posicionadas no topo dos edifícios, assim como o fechamento de escolas consideradas religiosas.

Apesar das dificuldades, o pontífice deseja restabelecer as relações com o regime comunista, rompidas em 1951, e expressou o "sonho" de viajar ao país asiático, ao qual o catolicismo chegou no século XVI, graças fundamentalmente a missionários jesuítas.

China e Vaticano "continuarão conversando (...) e avançando com o processo de melhorar suas relações", afirmou Zhao.

Para complicar ainda mais o cenário, o Vaticano está entre os 15 Estados do mundo que reconhecem o governo de Taiwan, ilha dirigida por autoridades contrárias a Pequim desde 1949 e sobre a qual a China reivindica sua soberania.

Em nota, a Universidade de Pernambuco (UPE) afirmou rejeitar os atos promovidos no domingo (16) em frente ao Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), na Encruzilhada, Zona Norte do Recife. A unidade foi cercada por manifestantes, que tentaram invadir o local à força onde hostilizaram a menina de dez anos que estava grávida após ter sido estuprada pelo tio no Espírito Santo e a equipe médica responsável pela interrupção legal de sua gestação. 

“Esperamos que os envolvidos respondam legalmente ao artigo 331 do Código Penal, que define como crime ‘desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela’, com pena prevista de ‘detenção, de seis meses a dois anos, ou multa’, bem como descumprir decreto do governo estadual quanto a obrigatoriedade de uso de máscaras em locais públicos, com previsão de multa”, diz a UPE. 

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A Universidade ainda acrescentou que o Cisam, que é administrado pela UPE, é centro de referência para casos de aborto com amparo na legislação brasileira. “Repudiamos fortemente atos políticos e religiosos que vão de encontro a determinações legais, bem com estimulam aglomeração e confusão em frente a uma unidade hospitalar e seu serviço de emergência obstétrica, com evidente desrespeito ao hospital e seus pacientes. Questionamentos legais devem ser feitos ao poder judiciário, e não a profissionais em cumprimento de seu dever” de acordo com nota publicada pela instituição. 

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Um grupo de católicos abriu uma casa de acolhimento para pessoas em situação de rua no Recife. O objetivo é oferecer a essa população vulnerável menos riscos de contrair a Covid-19.

 A Casa de Acolhimento e Misericórdia funciona no bairro de Afogados, Zona Oeste da capital. O domicílio tem capacidade para 16 pessoas, com três quartos, quatro banheiros, sala, capela, cozinha, varanda e quintal.

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Todos os cômodos foram mobiliados com doações da Cáritas Brasileira Nordeste 2, Paróquia Santo Antônio dos Prazeres, Comunidade Obra de Maria e Prefeitura do Recife. A alimentação no primeiro mês foi garantida pela Paróquia Nossa Senhora da Paz e pelo projeto Tribunal Solidário do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).

O primeiro aluguel de R$ 1,4 mil foi pago por um padre. O do mês seguinte, que vence em 10 de maio, depende da captação de voluntários.

Atualmente, o seminarista idealizador do projeto, Ítalo Maciel, e outros nove homens com idade entre 25 e 50 anos estão no local. Alguns são dependentes químicos e estão sendo acompanhados por profissionais do Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) do bairro. Na residência, eles são ensinados sobre os 12 passos propostos pela Pastoral da Sobriedade. "Em caso de atendimento médico, os voluntários acompanham nas consultas e ajudam a adquirir e a fazer a correta administração dos remédios", afirma Ítalo.

No abrigo, o grupo cria galinhas e, em breve, vão cuidar de uma horta. São realizados momentos de oração, com leitura do Evangelho do dia e recitações de terços. Cerca de 15 voluntários estão envolvidos na manutenção da residência. "Não queremos impor nada rígido porque o objetivo é que eles [os acolhidos] se sintam bem à vontade. O que se exige é uma disciplina natural de uma casa em tempos de quarentena, ou seja, ninguém pode sair", diz o seminarista.

A expectativa é que seja incluída a qualificação profissional na rotina dos moradores. O projeto prevê cursos após o período de pandemia. Interessados em ajudar com doações ou como voluntário podem entrar em contato com o perfil do projeto no Instagram @casadeacolhimentoemisericordia.

Sete em cada dez católicos brasileiros consideram muito importante preservar a Amazônia, e 85% disseram concordar que atacar a Amazônia é um pecado. É o que aponta uma pesquisa feita pela instituto Ideia Big Data para avaliar a posição dos fiéis sobre políticas para a região por ocasião do Sínodo de bispos para a Amazônia, convocado pelo papa Francisco, que começou neste domingo, 6.

A pesquisa, comissionada pelas ONGs WWF-Brasil, Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Movimento Católico Global pelo Clima (GCCM), ouviu 1.502 católicos em todo o Brasil no início de junho e analisou também a opinião dessa parcela da população sobre as ações da gestão Bolsonaro para a área ambiental. O levantamento, obtido com exclusividade pelo Estado, será apresentado nesta segunda-feira, 7.

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De acordo com a pesquisa, 68% disseram que é importante proteger a Amazônia para o crescimento do País, pois o desenvolvimento nacional depende do meio ambiente protegido, 10% disseram ser irrelevante para o crescimento econômico do País e 10% afirmaram que a preservação ambiental atrapalha o crescimento.

Apesar de feita quase dois meses antes da crise internacional que se formou por causa das críticas do governo federal aos dados que mostravam alta no desmatamento e em decorrência do aumento das queimadas na região, a consulta mostrou que 29% dos católicos consideram a atuação do presidente nessa área como péssima e 12% como ruim. Outros 30% avaliam como regular e 22% como ótima ou boa.

Mais da metade dos católicos entrevistados (52%) disse considerar o desmatamento da Amazônia a maior ameaça à natureza, superando problemas como poluição dos rios e dos mares, vista como principal ameaça por 19% dos entrevistados.

Na pesquisa, os entrevistados foram pedidos para avaliar ações ou declarações do presidente Bolsonaro na área ambiental. A maior parte se mostrou contrária à ideia de acabar com as multas ambientais de quem causa desmatamento (75%) e discordou do enfraquecimento do Ibama (73%).

Os católicos também se mostram contrários à redução de reservas indígenas (67%) e não concordam com a negação dos dados do Inpe sobre desmatamento da Amazônia (63%). Metade também discordou da afirmação de que somos o País que mais preserva o meio ambiente no mundo.

Questionados sobre quais fontes de informação consideram confiáveis sobre a Amazônia, 87% disseram confiar no que diz o papa Francisco sobre o tema; 71% disseram confiar na ONU, 67% nas ONGs e 60% na imprensa. Em relação ao governo brasileiro, a confiança foi de 49% de confiança, e 44% dos entrevistados disseram não confiar no governo quando cita dados em relação à Floresta Amazônica.

Para Igor Bastos, coordenador para países de língua portuguesa do GCCM, o dado sobre o papa pode ser visto como um indicativo de que a maioria da população católica apoia a posição de Francisco no que se refere à preocupação com a Amazônia. "Podemos concluir que é uma minoria, apesar de barulhenta, que é contra o sínodo", diz.

Ele opina que por ter sido feita antes do auge da crise da Amazônia, a pesquisa acaba sendo ainda mais fiel ao que essa população pensa. "São pessoas que não sofreram a influência da comoção internacional. Talvez se a pesquisa tivesse sido feita depois, o resultado seria ainda mais negativo para o governo", afirma.

Para Alice Amorim, coordenadora de política e engajamento do iCS, a pesquisa indica que os católicos não consideram o desenvolvimento econômico como algo incompatível com a proteção da natureza.

"Mesmo a população católica sendo tradicionalmente mais relacionada a uma postura conservadora, isso não necessariamente tem uma correlação com falta de preocupação com o ambiente ou de endosso às políticas ambientais do governo", complementa.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou seu perfil no Twitter, neste sábado (1º), para ressaltar a liberdade religiosa do Brasil. Ao publicar um vídeo com seus apoiadores católicos rezando o terço mariano, o presidente disse que “com fé, muito trabalho e oração” vai o desenvolvimento do país e citou que a “liberdade é o bem maior” do povo.

“O Brasil de todas as religiões sabe que a liberdade é o bem maior de um povo. Brasileiro, olhe o que Israel não tem e o que eles são. Veja o que nós no Brasil temos, e o que não somos”, comparou. “Juntos, com fé, muito trabalho e oração, colocaremos nossa Pátria no local destaque que merece”, acrescentou o presidente.

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O comentário foi acompanhado de um vídeo do Centro Dom Bosco que mostra católicos com terços nas mãos e rezando a Ave Maria, durante um ato favorável ao presidente.

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A citação de Bolsonaro aos católicos no vídeo acontece um dias depois dele questionar se já não está na hora do Supremo Tribunal Federal (STF) ter um ministro evangélico. A indagação foi feita pelo presidente enquanto ele participava de um evento da Assembleia de Deus em Goiás. A indagação gerou polêmicas.

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Os católicos franceses celebraram um Domingo de Páscoa em Paris marcado pelo incêndio da catedral de Notre-Dame, há seis dias, e orando por uma renovação, um renascer, tanto para o templo emblemático, como para a Igreja Católica em geral.

Na segunda-feira passada, o incêndio destruiu a famosa torre da catedral e dois terços de seu teto. O monumento vai passar anos fechado para reformas.

Sem acesso à Notre-Dame, os paroquianos da catedral celebraram a Missa do Domingo de Páscoa um pouco mais à frente, na margem direita do Sena, na igreja de Santo Eustáquio. A esperança em um novo começo deu o tom do ofício religioso, coincidindo com a comemoração da ressurreição de Cristo, segundo a tradição cristã, neste domingo.

As chamas que devastaram a catedral foram um "sinal", disse Marie Fliedel, uma católica praticante de 59 anos, que acrescentou que agora sentia uma "renovação, uma comunhão e um impulso".

"Espero que os cristãos reajam e tomem nota de tudo o que está acontecendo neste triste período e que isso nos reconcilie", disse ela. "Isso vai recriar uma unidade entre os católicos e, no infortúnio, o fogo nos dará forças para nos encontrarmos novamente e defender nossa religião", disse François Toriello, de 70 anos.

Em todo o mundo, a Igreja Católica foi abalada por vários escândalos de abuso sexual, inclusive na França, cujo cardeal Philippe Barbarin foi condenado a seis meses de prisão condicional por não denunciar os ataques sexuais contra crianças de um prelado.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, assistiu à missa celebrada em Santo Eustáquio, oficiada pelo arcebispo de Paris, Michel Aupetit. Ele agradeceu aos bombeiros por seu trabalho para salvar a catedral de um destino muito pior.

"Quando, por um momento, pensamos que as torres também poderiam cair, aquelas torres tão conhecidas em todo o mundo, a bravura e a perícia se combinaram às orações de todos os fiéis", disse ele à plateia, em meio à qual estavam alguns dos que combateram o fogo.

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A Igreja Católica celebrou ontem (14) o Domingo de Ramos, comemoração que marca o início da Semana Santa e recorda a entrada de Jesus em Jerusalém. Na capital paraense, a tradicional Procissão de Ramos foi realizada na Catedral Metropolitana de Belém, no bairro da Cidade Velha, conduzida pelo arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa.

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Normalmente, a missa começa na Igreja de Santo Alexandre, também localizada na Cidade Velha, e depois os padres e os fiéis caminham em direção à Catedral. Porém, por causa da forte chuva no início da manhã em Belém, a celebração ocorreu apenas na Sé. A procissão foi feita nos corredores da Igreja.

Além de refletir sobre a Semana Santa e sobre as experiências que os cristãos devem ter neste período do ano, dom Alberto Taveira, em sua homilia, destacou a importância do fortalecimento da solidariedade entre os cidadãos através do programa Campanha Fraternidade (CF) 2019, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem como tema Fraternidade e Políticas Públicas, inspirado pelo versículo bíblico “Serás libertado pelo direito e pela justiça”. A CF tem o objetivo de estimular a participação dos católicos nas políticas para aprimorar a cidadania e a fraternidade, evitando a desordem nos espaços urbanos.

“Em tempos de tanta violência e intolerância como esses, as pessoas têm medo de sair de casa. As esquinas representam risco de vida para muita gente. Precisamos transformar a cidade, pois, sem a presença de Jesus, Belém virará o caos. Se esses ramos que trouxemos hoje não significarem acolhimento, nada melhorará. Quero olhar para uma nova cidade”, reforçou o arcebispo.

Por Ana Luiza Imbelloni.

 

 

Em maio deste ano, uma espécie de um documentário elaborado pela TV norte-americana HBO ganhou grande repercussão ao mostrar o crescimento das igrejas e dos líderes religiosos no Brasil, em particular da classe evangélica. O vídeo mostrou uma vantagem indiscutível do segmento: se é verdade que uma grande parte dos brasileiros perderam a fé na política, a máquina evangélica se impulsiona por possuir uma arma secreta, que é uma base fiel de eleitores. 

Com detalhes, a reportagem mostrou o surgimento de novas “megaigrejas” para atender a demanda e até mesmo o pastor, durante um culto, incentivando os religiosos a votarem e doarem a seus candidatos. O candidato a vice-governador do Distrito Federal, o pastor Egmar Tavares, chegou a falar sem medo que reuniões são feitas para orientar os fieis a votarem em seus candidatos. “Não podemos esconder isso”, ressaltou também dizendo que a igreja só cresce quando tem novos “filhos”. 

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Para se ter ideia, o pastor Tavares falou que sua congregação começou com 39 igrejas e hoje já são mais de 250 templos. Em um pouco mais de uma década, segundo ele, o número de fieis passou de três para 25 mil. 

O deputado federal Marco Feliciano (PSC) já falou em tom de lamentação, mas sem medo de críticas, o fato de não possuir apoio de grandes instituições religiosas e que não tinha apoio dos grandes líderes para campanha política. Ele, que se definiu como “um pastor sem pedigree”, chegou a contar que quando o ano eleitoral se aproximava, desaparecia dos grandes púlpitos do estado de São Paulo. O pastor Eurico também está em visibilidade desde a semana passada ao defender a representação evangélica na política. “Se outros têm porque é que a organização que eu faço parte não pode ter seu representante?”, indagou. 

Não é apenas a bancada evangélica, que são 30% da população e que contam com uma bancada de 97 deputados e 3 senadores, que busca se fortalecer no pleito eleitoral deste ano. A católica, que tem 48 deputados, também tem essa mesma missão. Desde o começo do ano, as duas bancadas no Congresso se articulam sobre apoio mútuo para a disputa com a finalidade de mostrar cada vez mais a representação dos cristãos na sociedade. 

Em Alagoas, por exemplo, o deputado Givaldo Carimbão (PHS), da Renovação Carismática Católica (RCC), receberá o apoio dos evangélicos para a sua campanha rumo ao Senado Federal. Carimbão já chegou a dizer que “é melhor abrir uma igreja evangélica do que um cabaré”. Somente a RCC deve tentar eleger cerca de 30 candidaturas. 

Além da força dos cultos e missas, o apoio também acontece dentro do próprio Congresso. Os evangélicos realizam um culto semanal, no plenário da Câmara. Por sua vez, os católicos se reúnem em um grupo de oração nas manhãs de quarta-feira. 

Uma parte dos presidenciáveis, como o deputado Jair Bolsonaro (PSL), buscam conquistar o eleitorado evangélico. Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, no mês passado, se reuniu na capital paulista com um grupo de pastores composto em sua maioria por batistas, luteranos e presbiterianos, que já a apoiaram anteriormente. 

Em Pernambuco, o poder das igrejas também não está sendo deixado de lado. No ano passado, ainda um pouco distante da eleição, o governador Paulo Câmara (PSB) começou as articulações em busca de mais aliados. O pessebista chegou a participar do aniversário do presidente da Assembleia de Deus, pastor Aílton José da Silva. De joelhos, ele recebeu orações dos pastores.

Paulo Câmara chegou a falar que tinha certeza de que a igreja estava dando forças para que pudesse “continuar trabalhando por um Pernambuco melhor e mais justo”. Ainda pontuou que, pelo momento difícil que o Brasil vivencia, era muito importante ter Jesus no coração. 

Apesar das articulações feitas, o governador perdeu o apoio de uma família com grande espaço no segmento evangélico: os Ferreira, que anunciaram no final do mês passado o rompimento com o socialista. Eles se aliaram ao grupo da oposição denominado “Pernambuco Vai Mudar” e ainda detonaram o governo Câmara afirmando que faltava diálogo, capacidade administrativa e liderança. 

Outra família de peso no estado na classe evangélica são os Collins. A vereadora do Recife Michele Collins (PP) e o seu marido, o deputado estadual Cleiton Collins (PP) formam uma dupla dona das votações mais expressivas para a Câmara do Recife e na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), respectivamente. Cleiton, que cumpre hoje o quarto mandato consecutivo de deputado estadual, na última eleição recebeu 216.874 votos, cinco vezes mais do que na primeira. A missionária Michele marcou cadeira na Câmara em 2012 e, em 2016, conquistou 15.357 votos, quase cinco mil a mais do que quatro anos antes.   

Em todo esse cenário repleto de polêmicas, a vereadora Irmã Aimée (PSB) deixou um recado que muito causou ao ressaltar que os evangélicos não irão parar de crescer. “Se lutar contra essa inversão de valores significa ser um problema é melhor que as revistas se acostumem com essa gente incômoda porque não iremos parar de crescer”, avisou. 

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Quadrilha, comidas típicas e forró foram as atrações do Arraiá da Paz, que ocorreu no sábado (16), na sede do Paysandu, no bairro de Nazaré, em Belém. O evento teve por objetivo partilhar a felicidade em Cristo e foi organizado pela Comunidade Católica Shalom.

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O Arraiá está na terceira edição e foi organizado para a família. Para Aloísio Timóteo, organizador do evento, partilhar o verdadeiro amor de Deus com aqueles que ainda não o conhecem é a principal motivação.

Na quadrilha, tradicional dança junina, os jovens católicos homenagearam Nossa Senhora de Nazaré. ”Nós quisemos repassar a emoção, a força, a fé que existe no Círio de modo junino", disse Ricardo Oliveira, marcador da dança. A quadrilha também procura evangelizar e mostrar para aqueles que não frequentam a igreja a religião de uma forma interativa.

A maior parte dos integrantes da comunidade é de jovens. Dentre eles está Isabele Pantoja, que soube do evento pelo Shalom. “Eu gosto muito de quadrilha e a parte que achei mais interessante foi a que eles homenagearam nossa Senhora”, disse.

Por ser uma festa cristã, várias pessoas se sentem mais à vontade em participar. “Eu sei a programação, o que acontece e eu posso trazer minha família e sair tranquila”, disse Adryene Pinho.

Depois da quadrilha a pista foi liberada para a dança. Breno Souza, missionário da comunidade, afirma que não há restrições da Igreja para a diversão. O evento, segundo ele, permite que os jovens católicos conheçam novas pessoas e fortaleçam os laços de amizade. “Além de conhecer pessoas novas, criar um vínculo cada vez maior com a comunidade para aqueles que já fazem parte da obra. E dar uma primeira impressão boa, para aqueles que estão indo pela primeira vez em um evento do Shalom”, disse o missionário.

Por Bruna Oliveira.

 

Um seminário reuniu católicos coordenadores pastorais diocesanos, agentes pastorais, leigos, padres, diáconos e religiosas da Região Episcopal de Belém, de segunda-feira (5) a quarta-feira (7), na Casa de Plácido, em Belém. O encontro de Estudos da Campanha da Fraternidade 2018 teve como o tema “Fraternidade e Superação da Violência” e o lema, “Em Cristo Somos Todos Irmãos” (Mt23,8). O objetivo: oferecer melhor compreensão da essência da proposta da CF 2018, promovida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), diante da complexidade que o tema da violência apresenta.

“Esse encontro deseja ser uma ajuda, mesmo porque a temática é exigente. Ela tem muitos aspectos, tem muitas nuances, tem abordagens que necessitamos fazer diante da amplitude do tema”, destacou o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner. O padre Bruno Sechi, da Comissão Justiça e Paz, presidiu o primeiro dia do seminário em Belém, indicando os caminhos a superação da violência no Brasil e mostrado os diversos aspectos das suas variadas formas que estão presentes na nossa sociedade. A iniciativa pretende motivar os católicos a recuperar o significado central da fé cristã: o amor.

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“O esquecimento do mandamento do amor e da ética gesta e desperta a violência. Os descaminhos, no entanto, podem ser superados com a volta às origens, com a reconciliação e a misericórdia. Somos chamados à superação da violência, pois somos filhos e filhas de Deus”, indica o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, na apresentação do tema no texto-base da Campanha.

O seminário teve três momentos: análise da realidade, a reflexão sobre essa realidade à luz da palavra de Deus e o que podemos contribuir para diminuir essa relação de violência que atinge de uma forma cruel a sociedade. Na análise da realidade a palestrante presente do tema foi a diretora-geral da Unipop, Aldalice Moura da Cruz, que explicou as diferentes formas de violência no país, que vai da violência doméstica ao tráfico de crianças e órgãos humanos, passando pelo racismo com jovens negros e pobres, homofobia, LGBT, mulheres, indígenas, trabalhadores rurais, defensores dos direitos humanos, trazendo como solução o ver, julgar e agir, os três pilares da catequese cristã. O método, por experiência e tradição pastoral latino- americana, traz segurança e eficácia na educação da fé, respondendo às necessidades e aos desafios vividos pelo povo cristão.

“Nós estamos vivendo um momento de barbárie, um desrespeito total aos direitos fundamentais da pessoa humana, uma violação com todos esses tipos de violência seja contra as mulheres, contra os adolescentes, seja contra os quilombolas, de todos os segmentos realmente mais fragilizados e vulneráveis da sociedade. É o momento de você democratizar essas informações, problematizá-las e construir juntos coletivamente espaços de diálogo e de fomento do resgate da solidariedade, do contrato social, da ética. Eu acho que a Igreja Católica tem que fazer uma reunião com a Secretária de Estadual de Educação e Municipal de Educação, para que esse debate possa fluir dentro das escolas também”, falou a educadora Aldalice Moura.

A abertura da Campanha da Fraternidade será dia 18 de fevereiro, no Ginásio Poliesportivo Municipal de Marituba, às 8 horas.

Por Nilde Gomes.

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