Professores fazem paralisação e protestam no Recife

Categoria cobra a reavaliação do piso salarial e respeito ao plano de carreira em frente à sede do governo do estado

por Victor Gouveia qui, 26/11/2020 - 11:08





Para cobrar pela ampla reavaliação do piso salarial e respeito ao Plano de carreira, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) paralisou as atividades nesta quinta-feira (26) e promoveu um ato em frente ao Palácio do Campo das Princesas, na área Central do Recife. Os professores e servidores da rede pública suspenderam as aulas para reivindicar por mais compromisso do Governo do Estado com a categoria.

De acordo com o sindicato, o projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa na sexta (20), contempla apenas 5.611 professores e deixa 57.389 servidores de fora. Na prática, os profissionais com menos qualificação e tempo de serviço receberão o aumento em 2021, enquanto os formados no antigo magistrado não terão reajuste. “Isso destrói e enterra nosso plano de carreira, uma luta de duas décadas”, aponta o presidente do Sintepe, Fernando Melo.

Na luta para que o projeto seja modificado através de emendas, Fernando reclama da posição da gestão estadual. "Ao atualizar o piso, o governo tem automaticamente que cumprir a lei do Plano de cargos e carreiras. Pelo projeto que ele enviou, todas as pessoas que estão na classe inicial estão recebendo igual a quem tinha o antigo curso de magistério", descreveu.

Ele ressalta que houve tentativas de negociação nos dias 6 e 18 deste mês, quando o sindicato chegou a ser recebido por representantes do Governo. Na última ocasião, a equipe do governador Paulo Câmara prometeu uma resposta no dia seguinte, no entanto, não manteve contato.

"Hoje completamos oito dias da marca que foi marcada para um retorno do Governo com relação a esse processo de uma possível renegociação. São oito dias de silêncio e estamos aqui para cobrar [...] essa atualização deve ser feita sempre a partir de primeiro de janeiro de cada ano e o governo enviou o projeto quase no fim do ano. Com praticamente um ano de atraso”, critica Fernando.

Em contrapartida, o líder dos profissionais da área de Educação promete flexibilidade para o reajuste integral, com a proposta de escalonamento a todos os servidores da rede pública, "mas o Governo foi bastante autoritário. Se fechou justificando uma lei complementar de maio, que congela o salário dos servidores públicos até dezembro de 2001. Só que essa lei do Governo Federal excetua professores", indicou.

Com carro de som e faixas, a categoria reuniu-se em frente à sede da gestão para pleitear a alteração da campanha salarial do próximo ano. A expectativa é ser recebida pelo governador Paulo Câmara e debater a proposta para que o aumento seja amplo e não apenas para os professores que recebem abaixo do piso. "A nossa luta é para que o Governo possa rever o projeto, através da apresentação de emendas, para que a gente possa contemplar a lei de 1998, respeitando o plano de carreira e o único instrumento de valorização que a nossa categoria tem hoje em Pernambuco", concluiu.

Esta é a segunda paralisação do Sintepe para cobrar por essa alteração do projeto. O presidente não descartou a possibilidade de greve e garantiu uma nova assembleia na próxima semana para avaliar a paralisação das aulas com a categoria.

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