Em nota, professores do Estado dizem que vão manter greve

Mesmo após decisão contrária da Justiça, o Sintepe optou por não voltar para as escolas

por Juliana Mamede seg, 19/04/2021 - 10:35
Divulgação/Sintepe A greve é contra o retorno das atividades presenciais Divulgação/Sintepe

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) inicia, nesta segunda-feira (19), - data de retorno às aulas da rede estadual de ensino - a greve definida em uma assembleia, realizada na última sexta-feira (15), contra o retorno das atividades presenciais. No entanto, a categoria segue trabalhando de forma remota.

A Procuradoria Geral do Estado (PGE) entrou com uma ação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para impedir que o Sintepe realizasse a greve. A decisão do TJPE, dada pelo desembargador Fábio Eugênio Dantas Oliveira Lima no último sábado (17), foi favorável ao Governo do Estado de Pernambuco, atribuindo uma multa diária de R$ 200 mil ao Sintepe caso a decisão não seja cumprida.

Em nota, a categoria se posicionou de forma contrária à decisão da Justiça e informou que sua assessoria jurídica está entrando “com os recursos cabíveis contra a decisão”. O sindicato critica, ainda, as atitudes do Governo do Estado para tentar resolver conflitos que, de acordo com a categoria, “só acirram os ânimos e aprofundam os conflitos”.

O Sintepe informou que enquanto a assessoria jurídica entra com os recursos cabíveis contra a decisão judicial, a categoria se manterá em greve, trabalhando remotamente.

Veja a nota na íntegra:

NOTA DO SINTEPE

Nesta Segunda-feira vamos fortalecer a nossa Greve, Não ao Trabalho Presencial, Vamos nos Manter Trabalhando de Forma Remota.

Companheiros e companheiras, nossa categoria ao longo de sua trajetória já fez inúmeras greves em diversos governos das mais variadas matizes ideológicas, inclusive quando era proibido ao servidor público, pela Constituição Federal, organizar-se em sindicatos.

A redemocratização no país, após a ditadura militar, possibilitou o direito constitucional de Greve e a Livre organização sindical para servidores públicos. Conflitos de trabalho sempre vão existir e devem ser resolvidos com diálogo, mediações e negociações, porém o Governo do Estado, desde 2015, ignora o direito constitucional de greve e neste caso sempre substitui a negociação pela judicialização, com pedidos de imposições de multas astronômicas que visam nos intimidar, mas queremos deixar claro que nossa luta continua, porque ela é justa, é pela vida, em um movimento absolutamente legítimo e que cumpriu todos os requisitos legais.

O governo do estado erra ao querer resolver conflitos das relações de trabalho de forma antidemocrática, recorrendo ao judiciário e ignorando o direito constitucional de greve, porque ações deste tipo só acirram os ânimos e aprofundam os conflitos, principalmente por fazermos uma greve PELA VIDA, são professoras, professores, Administrativos, Analistas, estudantes e milhares de pessoas que compõem a comunidade escolar obrigados ao retorno de atividades presenciais SEM VACINA, em um momento em que circula entre nós uma versão bem mais letal do Covid-19.

Esclarecemos ainda que enquanto a nossa assessoria jurídica entra com os recursos cabíveis contra a decisão judicial, favorável ao Governo de Pernambuco, nós nos manteremos em Greve e na luta, trabalhando de casa e dizendo não ao trabalho presencial.

Nossa categoria verga, mas não quebra, seguiremos firme, de forma autônoma e independente, como sempre, seguindo o que foi definido em nossa última Assembleia, portanto vamos fortalecer a nossa Greve, trabalhando de casa, porque a nossa luta é justa, é pela vida e por vacina para todos.

Vamos Todxs à Greve das Atividades Presenciais!

Respeite Nossas Vidas!

Escola Fechada Salva Vidas!

Vacina para todxs Trabalhadorxs em Educação!

A DIREÇÃO

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