O Hobbit traz a Terra Média de volta em filme gigante

por Bernardo Queiroz sex, 14/12/2012 - 14:40

"Me sinto como um tablete de manteiga que é esticada esticada para cobrir um pão grande demais." disse Bilbo Bolseiro em O Senhor dos Anéis: A irmandade do Anel. 10 anos depois do início da bem sucedida franquia de fantasia, temos essa mesma sensação ao assistir O Hobbit: Uma Jornada Inesperada.

Dirigido pelo mesmo diretor da trilogia anterior que arrebanhou 11 oscars no último filme, Peter Jackson, o filme serve como o prelúdio para a saga mostrada 11 anos antes, mostrando a saga de Bilbo, o tio aventureiro do protagonista Frodo de O Senhor dos Anéis. 



Para recriar a terra média, o diretor voltou a Nova Zelândia e aos estúdios da WETA digital para recriar os detalhes do mundo criado por Tolkien em sua obra O Hobbit. Antes dele, dois outros diretores abraçaram e abandonaram o projeto, um deles ficando nos créditos como roteirista, Guilhermo Del Toro (O Labirinto do Fauno). O Hobbit foi um livro escrito para seu filho quando este era criança, e tal influência é sentida nos personagens, muito mais cômicos e menos sérios do que os apresentados na trilogia anterior.



As comparações são inevitáveis. O trabalho visual de O Hobbit continua forte com a direção de fotografia de Andrew Lesnie e o excelente trabalho musical de Howard Shore. Bilbo é mostrado tanto em sua versão mais idosa já vista em O Senhor dos Anéis como a versão aventureira mais jovem interpretada de maneira confortável por Martin Freeman (da série britânica Sherlock).

Junto com eles estão rostos conhecidos de personagens como Gandalf (Ian Mackellen) e alguns novos como os anões liderados por Thorin (Richard Armitage, que fez uma forte carreira de TV). Bilbo é recrutado de maneira relutante por Gandalf para ajudar os anões a penetrarem em sua montanha natal que foi conquistada por um dragão. Existem também participações especiais de Elrond (Hugo Weaving) e Galadriel (Cate Blanchett), além de Saruman (Christopher Lee).



O tom é mais leve que o dos filmes anteriores, e fora Thorin, a maior parte dos anões serve de alívio cômico em bom pedaço do filme. Ainda assim, Jackson carrega nas tintas para dar a Thorin uma presença quase trágica em cena, e não faltam momentos épicos e outros mais divertidos, como a festa inesperada na toca de Bilbo e combates com Orcs nas profdezas de uma montanha.



Mas, diferente de O Senhor dos Anéis, o Hobbit é uma história mais simples e com menos voltas que seu parente anterior. As imagens, embora ainda bem feitas, são hoje em dia o lugar comum dos filmes de fantasia, e portanto, não exercem a mesma fascinação do trabalho de Jackson de 10 anos atrás. Dá a sensação de estarmos assistindo o mesmo filme novamente.



Numa decisão claramente mercadológica, a história foi preenchida para caber em três filmes diferentes, uma escolha que é visível no desperdício de tempo dedicado a planos abertos que mostram a terra média, na duração das seqüências de ação e diálogos desnecessários a história do filme.  Algumas seqüências, como a inicial, são demasiadamente longas: O filme efetivamente começa mais de 15 minutos depois do início da sessão. Com duas horas e quarenta minutos, a terra média parece um lugar bem menos interessante do que era dez anos atrás.



O Hobbit: Uma Jornada Inesperada foi gravado numa tecnologia de captação, chamada de High Frame Rate (HFR) 3d, que duplica a quantidade de quadros exibidos por segundo no filme. O sistema permitiria em teoria um movimento mais suave e fluido, particularmente nas versões em 3d. Não foi possível para o Leiajá  verificar a eficácia e os efeitos desta tecnologia sobre o filme, já que a sessão para a imprensa organizada pela Espaço Z e a UCI cinemas foi exibida em película analógica 2d e não em versões digitais. Estas versões, porém, estarão disponíveis para o público recifense.















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