Carolina Herrera se renova na Semana de Moda de Nova York
Estilista disse que sua coleção foi criada "para a mulher de hoje, mas olhando para o futuro"
Aos 75 anos, Carolina Herrera não deu sinais de cansaço nem de nostalgia ao desfilar nesta segunda-feira (10), na semana de moda de Nova York, uma coleção outono-inverno em sintonia com a mulher contemporânea. A estilista venezuelana, conhecida pela elegância e sofisticação, já vestiu primeiras-damas, mulheres do jet set internacional e estrelas do cinema mundial.
Na primeira fila do desfile de Herrera no Lincoln Center, cheio de aficionados pela moda, estavam presentes muitos estilistas e jornalistas, entre eles a temida editora-chefe da Vogue, Anna Wintour. A top model Karlie Kloss abriu o desfile vestindo um casaco preto de lã, uma saia reta na altura dos joelhos e um suéter de caxemira. Também foi Kloss quem encerrou a apresentação, com uma roupa festa em seda bordada.
Em entrevista à AFP após o desfile, entre abraços e cumprimentos, Herrera disse que sua coleção foi criada "para a mulher de hoje, mas olhando para o futuro". "Estou um pouco cansada de todas essas coleções que fazem referência aos anos 1940, 1920, 1930", explicou.
"Preciso de mais. Tenho necessidade do futuro. É por isso que as proporções foram muito importantes para mim, os saltos baixos e um toque diferente do que temos visto por aí", disse uma entusiasmada Herrera.
A beleza do desfile também se mostrou diferente das demais coleções vistas nesta temporada de moda, com cabelos simples - presos em coques altos e sem muitos detalhes. Os casacos e suéteres lembram capas, com golas amplas e altas, enquanto as saias aparecem justas ao corpo, criando uma silhueta muito diferente.
As jaquetas, luxuosas, surgem arrematadas com peles nas mangas e ao redor do torso. As estampas geométricas e tribais também foram vistas em vestidos e saias - mostrando que essa é uma tendência que permanecerá em alta. Modelos que se arrastam pelo chão, de crepe georgette e organza, trazem uma cintura bem marcada por faixas largas e coloridas.
Herrera disse ter buscado inspiração na mulher jovem, mas com estilo. "Me inspirei muito nas garotas jovens, bem estilosas", disse a estilista, deixando no ar que talvez tenha se inspirado em uma musa específica - mas sem citar nomes.
Tommy Hilfiger: da festa à montanha
Outro clássico da semana de moda de Nova York, Tommy Hilfiger levou a plateia para um passeio na montanha, em um cenário onde se via uma cabana entre penhascos nevados e um par de velhos esquis.
Sua coleção foi inspirada na "conquista do oeste e dos grandes espaços dos Estados Unidos", explicou o estilista. O estilista parece ter ido beber da água dos nativos e dos caubóis para chegar a uma coleção que remete, em muito, ao estilo boho.
Na passarela, saias longas e cheias de franjas, que lembram lenços, estampadas com motivos étnicos e botinas; coletes forrados com pele sobre camisas jeans; ponchos e parcas de modelagem ampla e gorros com um ar vintage, arrematados por um pompom.
A paleta de cores da coleção traz muitos tons de amarelo, turquesa, bordô, cinza e cor-de-rosa. Aparece também o padrão do xadrez escocês, que estampa saias e vestidos soltos, além de bonitos e clássicos casacos.
Combinações de lã e caxemira, angorá e seda e, claro, muito couro. Hilfiger optou pela comodidade luxuosa e intrépida para uma mulher que usa botinas para se aventurar.