Artistas repercutem novas denúncias sobre superfaturamento

O deputado Alvaro Porto protocolou junto ao TCE denuncia de superfaturamento na contratação de diversas atrações artísticas e culturais durante o Carnaval deste ano

por Elaine Ventura ter, 03/03/2015 - 20:11

Em meio às denúncias de shows superfaturados no estado de Pernambuco durante o Carnaval 2015, o meio artístico se estarrece e chega a falar em descaso com os profissionais locais. Em entrevista concedida ao Portal LeiaJá alguns músicos do estado avaliaram a situação. O cantor Expedito Baracho, que tradicionalmente toca durante o período carnavalesco em Pernambuco, considerou a situação absurda, pois a discrepância dos valores dos cachês representa a desvalorização dos artistas locais. 

“Nós (artistas locais) não recebemos esse valor nem no Carnaval inteiro, quem dirá em uma única apresentação. Isso é um absurdo.”, afirmou o músico, ressaltando que os profissionais de fora também recebem alguns benefícios. “Além de embolsar parte do cachê imediatamente, com valor superior, eles têm direito a regalias. Os artistas locais ganham muito pouco, da até um certo desgosto. É um descaso com os artistas da terra”, completou.

A programação do Carnaval de Pernambuco e do Recife também foram alvo de polêmicas. Alguns artistas tiveram o nome incluído na grade, mas antes mesmo dos contratos serem oficializados. O cantor China foi um deles. O nome do músico apareceu lista de atrações, mas não chegou a se apresentar, pois o horário divulgado divergia com a sua agenda. 

“Como a prefeitura pode divulgar uma grade sem consultar o artista? O meu nome estava lá, mas não pude me apresentar porque já tinha outro show agendado e eles não quiseram alterar. Esse tipo de atitude pode ferir a relação artista e fã, pois o público nem sempre está ciente da situação”.  Além de China, Lenine, Nação Zumbi e a banda Racionais MC’s tiveram os nomes citados na programação do Carnaval antes da assinatura do contrato.

Quanto ao caso de possível superfaturamento de shows, o músico defende que a forma como o Governo e as Prefeituras fecham os negócios precisa ser investigada. “Não sei como funciona esse tipo de esquema, mas deve ir além do artista e dos seus respectivos empresários. É necessário uma investigação contundente de como essas coisas acontecem, pois muitas vezes o artista nem sabe do que está se passando”, pontuou China, finalizando com a seguinte frase: “Independente de onde vem o dinheiro ou deixa de vir é um  desrespeito com o artista pernambucano”. 

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