Após sete meses, Bertini pede demissão de secretaria
Indicado por Marcelo Calero, diretor do Cine PE ocupava cargo na secretaria do Audiovisual desde junho, mas nesta quinta--feira (8) entregou carta de demissão
No cargo de secretário do audiovisual do Ministério da Cultura desde junho deste ano, o pernambucano Alfredo Bertini pediu demissão da função nesta quinta-feira (8). Por meio de carta enviada ao Ministro Roberto Freire e divulgada pela Folha de S. Paulo, ele não explica o que motivou sua saída, mas afirma que acredita que sua missão na secretaria foi cumprida. Ainda de acordo com o jornal, mesmo sem ter sido publicada no Diário Oficial ainda, sua exoneração já foi aceita.
Bertini assumiu a secretaria do audivisual por indicação do ex-ministro Marcelo Calero, que também pediu demissão do ministério no mês passado. O economista é conhecido também por ser o diretor do festival audiovisual Cine PE e faz parte do conselho consultivo do Fórum Nacional dos Festivais Audiovisuais Brasileiros.
O nome de Mariana Ribas é um dois mais cotados para assumir a Secretaria do Audiovisual. Atualmente ela ocupa o cargo de secretária-executiva do Ministério da Cultura, anteriormente foi presidente da Rio Filmes.
Confira a carta de demissão de Alfredo Bertini:
“O gesto de despedida costuma ganhar uma dimensão de felicidade, quando há boas lembranças por se evidenciar. O sentimento do dever cumprido e do exercício digno e fiel aos ideais também são agentes dessa satisfação, mesmo que a missão maior ainda esteja por ser construída.
Minha contribuição para o Audiovisual brasileiro, no ofício de Secretário do MinC, está encerrada. Orgulha-me ter sido componente do atual Governo, ao qual agradeço pela confiança depositada. Apesar do tempo curto, penso que pude deixar alguns marcos bem definidos. Do conjunto de servidores que se mostrou motivado e engajado até muitos parceiros integrantes da cadeia produtiva, saio com a convicção de que novos conceitos e valores foram muito bem plantados. E isso me serve muito.
Enfim, a intenção de ajustar o Audiovisual ao inevitável processo de mudanças tecnológicas, que nos leva à compreensão econômica da atividade, está aí sedimentado. Encarar essa realidade da Economia no Audiovisual, mesmo em tempos de dificuldades fiscais, é um desafio hoje palpável. Os instrumentos já estão delineados. Ademais, a prioridade de se promover a capacitação profissional para o enfrentamento dessa realidade econômica também está ao alcance. Um modelo inédito e exequível.São dois pontos que deixo, à mercê de qualquer ideia de indução, como um discreto legado, em meio ano de trabalho árduo e complexo. Natural até pela diversidade do setor.
O importante é que, diante dessa circunstância tão meritória, fruto do exercício coletivo de toda uma equipe comprometida e parceiros sintonizados, encontro-me hoje mais enriquecido. Isso é o que nos move a continuar na luta, pois ao apostar nas idéias de renovação, agindo com ética e respeito, as conquistas serão sempre reais.
Ser visionário pode não representar o essencial por algum momento, mas não tenho dúvida de que trazer para a vida real a visão do futuro não tem momento... e é mais do que essencial.
De coração, muito obrigado!”
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