Caboclinho diz que não recebeu pagamento do Governo de PE
Caboclinho Sete Flexas divulgou que precisa receber R$ 12 mil referentes aos festejos carnavalescos do ano passado, além do FIG
Em um depoimento postado nas redes sociais no dia 26 de janeiro, Iara Campos, integrante do 'Caboclinho Sete Flexas", do bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, denunciou uma possível falta de pagamento da Secretaria de Cultura de Pernambuco e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), no que diz respeito aos festejos carnavalescos de 2016. "Nós, integrantes do Caboclinho Sete Flexas do Recife, viemos tornar público o descaso do Governo do Estado de Pernambuco em honrar com os compromissos financeiros assumidos com a agremiação no ano de 2016", escreveu a postagem.
O LeiaJá conversou com vice-secretário do caboclinho, Douglas Francisco, que confirmou a denúncia. De acordo com ele, o Caboclinho Sete Flexas está sem receber o valor de R$ 12 mil de "patrocínio e investimento", referentes ao Carnaval do ano passado e em relação ao Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). Os cachês deveriam ser pagos a partir de março e julho, respectivamente.
"Isso é um absurdo, estamos preocupados com o nosso Carnaval. Não temos dinheiro para o transporte, para as competições, e para comprar coisas simples, mas de grande valor", disse o vice-secretário. "Somos considerados patrimônio, e todas as vezes nos chamam para as apresentações nos polos. A Fundarpe sempre adia os pagamento, diz que vai pagar e estamos esperando há mais de ano, queremos uma resposta", finalizou Douglas.
Ao LeiaJá, a Secretaria de Cultura informou que ainda não tem um prazo para efetuar o pagamento, mas garantiu que está trabalhando para honrar o compromisso. Veja a seguir a nota da pasta:
O Governo de Pernambuco, por meio da Secult e da Fundarpe, confirma a tramitação de processos de pagamento de cachês para o Caboclinho 7 Flexas, referentes a apresentações realizadas pelo grupo em 2016. Reafirmamos o compromisso com todos os artistas e grupos culturais contratados.
Reafirmamos, ainda, o compromisso com uma política cultural democrática, inclusiva e de valorização da nossa diversidade e identidade cultural, em especial das expressões da cultura popular. Exemplos nesse sentido são a sanção da Lei que ampliou a quantidade dos Patrimônios Vivos; a Convocatória do Carnaval 2017, que preza pelas nossas tradições; o fortalecimento do Funcultura, expresso nos Editais deste ano, que garantem mais recursos e o 1º Edital da Música; entre outras conquistas alcançadas em meio a uma enorme crise política e econômica que o país atravessa.
Estamos enfrentando a questão dos cachês com ampla participação popular. O Conselho Estadual de Política Cultural já aprovou minuta de Projeto de Lei (PL) que altera, de forma ousada, a Lei 14.104/2010, desburocratizando processos de contratação e ampliando garantias de pagamento. O referido PL seguirá em breve para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, resultando em mais uma grande conquista dos fazedores da cultura pernambucana.