Após se fechar em uma pedra, artista francês choca ovos

Abraham Poincheval incubará uma dezena de ovos de galinha até que eclodam, sob os olhares do público

qui, 30/03/2017 - 09:10
STEPHANE DE SAKUTIN O artista francês Abraham Poincheval, no dia 29 de março de 2017, em Paris STEPHANE DE SAKUTIN

O artista francês Abraham Poincheval, que se fechou em uma pedra por oito dias, encarou um novo desafio. Desde a quarta-feira (29) está chocando uma dezena de ovos de galinha no Palácio de Tóquio, em Paris, em sua primeira representação com "seres vivos".

"Um homem chocando ovos me interessa porque traz consigo a ideia da metamorfose e do gênero", disse Poincheval, que há aproximadamente três semanas saiu "um pouco atordoado" de uma cavidade talhada dentro de rocha sedimentar de 12 toneladas.

O artista de 44 anos incubará uma dezena de ovos de galinha até que eclodam, sob os olhares do público. Ele se trancou nesta quarta-feira (29) em uma caixa de resina, que de acordo com ele, conservará o ambiente "estável".

Dentro, ele tem água e comida, e uma cadeira que usa para incubar, com uma cavidade e um sistema para colocar os ovos.

Espera-se que a "performance", intitulada "Ovo", dure entre 21 a 26 dias. O artista se permite fazer uma pausa e dar uma saída de meia hora por dia.

Poincheval deixou claro que esse trabalho o inquieta mais que o anterior. "Antes (...) estava dentro das coisas. Neste caso, trata-se de uma verdadeira transformação, estou no exterior, sou aquele que rodeia", argumentou.

Além disso, estará em um "contato muito mais direto com o público". "Normalmente estou sozinho com o objeto. Essa é a primeira vez assim", contou à AFP.

Esse artista performático já passou uma semana em um buraco que ficava sobre uma pedra de uma tonelada. Também viveu sete dias em uma plataforma de 20 metros de altura em frente à uma estação de trem em Paris, duas semanas dentro de um ovo dissecado e remontou um rio a bordo de uma garrafa de seis metros de largura.

Esse pai de dois filhos nunca teve que interromper um desafio, e explica que por trás de cada experiência vive uma espécie de trauma, passando por uma "jornada de depressão", com "grandes alterações interiores".

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