Irmã Marília de Menezes recita poema do pai em encontro

Filha do poeta Bruno de Menezes, um dos mais importantes autores da literatura paraense do século XX, participou do I Círculo de Saberes do "Narramazônia", em Belém

por Ariela Motizuki qui, 31/05/2018 - 15:51

Rodas de conversas, mesas de debates e conferências sobre variados assuntos marcaram o I Círculo de Saberes do "Narramazônia", realizado em Belém. Um evento encantou o público: professores e pesquisadores que estudam a “Academia do Peixe Frito”, grupo de escritores representativo de uma das fases mais produtivas da literatura paraense, no século XX, promoveram uma sarau com a poeta Marília de Menezes, filha de um dos integrantes do grupo, o poeta e escritor Bruno de Menezes. Marília recitou poemas e contou histórias de sua convivência com o pai.

Freira da ASD (congregação Adoradoras do Sangue de Cristo), irmã Marília distribuiu conhecimento e simpatia. “A irmã Marilia Menezes veio acrescentar na nossa pesquisa porque ela é parte da família de um dos principais membros da 'Academia do Peixe Frito', o Bruno de Menezes, editor da revista Belém Nova, que foi o que fundou o modernismo no Estado do Pará. Ela trouxe informações que agregaram conhecimento acadêmico e recitou um dos poemas de seu pai”, explicou a doutoranda e também participante da roda de conversa Carla Soares

O  encontro de professores, pesquisadores e graduandos discutiu narrativas, jornalismo, literatura e produções dentro da Amazônia. Realizado em parceria entre pesquisadores da Universidade da Amazônia (Unama) e Universidade Federal do Pará (UFPA), o "Narramazônia" - Narrativas Contemporâneas na Amazônia Paraenseressignificou o olhar sobre a Amazônia, através de discussões  de quem vive o território e o indivíduo amazônida.

Após dois anos em um grupo de pesquisa, proposto pelos professores doutores Paulo Nunes (PPGCLC/Unama), Alda Costa (FACO/PPGCOM/UFPA) e Vânia Torres (FACOM/UFPA), o evento serviu para comemorar os avanços e produções que o grupo vem realizando nos últimos anos. “O Círculo de Saberes serve para comemorar a parceria entre a Unama e a Universidade Federal do Pará e celebrar a fraternidade de três pesquisadores, e estamos comemorando com muita felicidade, com debates e discussões extremamente enriquecidos”, explicou Paulo Nunes.

Alda Costa, uma das idealizadoras do grupo Narramazônia, enfatizou a importância de narrar as histórias e experiências de vida com um olhar de dentro para fora. “A gente sempre ouviu falar de um olhar de fora para dentro e o Narramazônia tem a finalidade de contar de dentro para fora, discutir quem é esse amazônida, o que ele pensa e o que ele faz. O grupo tem a finalidade de pesquisar os modos de vida e  o modo de agir dos indivíduos da Amazônia”, destacou a pesquisadora.

Integrando alunos de graduação, mestrandos, doutorandos e interessados, o evento reafirmou a necessidade de mostrar as várias faces da Amazônia, pelo olhar de quem vive nela. “Essa discussão é importante porque estamos falando de várias Amazônias. A Amazônia não é única. Da heterogeneidade e das especificidades do território. A literatura, jornalismo, publicidade e várias outras áreas do conhecimento são pesquisadas aqui", disse Alda Costa.

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