Adriana Esteves revela assédio em seus tempos de modelo

Atriz também comentou o sucesso da maldosa Laureta, sua personagem na novela Segundo Sol

seg, 27/08/2018 - 15:09
Arquivo Pessoal/Gshow Atriz falou a Marie Claire Arquivo Pessoal/Gshow

Seis anos após o fenômeno Carminha de Avenida Brasil, Adriana Esteves está vivendo mais um momento bastante especial em sua carreira. Além de interpretar a maldosa Laureta na novela Segundo Sol, a atriz está em cartaz nos cinemas com o longa Benzinho e ainda aparecerá nas telinhas em breve na série Assédio, que conta as histórias reais das vítimas do médico Roger Abdelmassih. Em entrevista para a Marie Claire, ela falou sobre esse novo trabalho e a importância de falar sobre o assunto:

- Faço uma das vítimas, a história se passa nos anos 1990. A minha personagem é uma professora muito bem casada, e com os abusos terríveis que sofre de um médico, desenvolve um problema psicológico grave e o casamento acaba. Ela para de dar aula e vai para uma clínica psiquiátrica. As vítimas desse médico se unem para denunciá-lo e colocá-lo na cadeia. A série se passa na minha geração, época que eu poderia ter feito uma inseminação e poderia ter caído na mão de um monstro deste. Muitas conhecidas fizeram e, se elas sofreram algum abuso, talvez nunca tenham contado para ninguém. Existe a vergonha de dizer para o marido, para o pai, para a melhor amiga. Agora, estamos conseguindo falar o que tem que ser falado.

Adriana também abriu o jogo sobre situações de assédio em sua vida profissional e relembrou seus tempos de modelo:

- Onde mais me aconteceu foi trabalhando como modelo, naquela fase que você não sabe se é menina ou mulher, que não está preparada psicologicamente para lidar com situações como essas. Havia fotógrafos abusadores que, enquanto estavam no domínio, luzes ligadas, te fotografando de biquíni, de lingerie, seguravam e tocavam em lugares do seu corpo que não eram para ser tocados. Um constrangimento horrível. E faziam isso de forma recorrente, com todas as modelos. Eu inventava que estava me sentindo mal, que precisava pegar meu roupão. Isso tem que acabar.

Em Segundo Sol, Adriana repete a parceria com o autor João Emanuel Carneiro, autor de Avenida Brasil, e ainda tem boas lembranças de sua vilã mais famosa:

- A Carminha foi o maior gozo da minha vida. E essa sensação dura até hoje. Ainda chego a lugares e escuto mãe, a Carminha está aí.

Além de novamente viver uma maldosa no horário nobre, a novela também fez com que a atriz e o marido, Vladimir Brichta, contracenassem juntos mais uma vez nas telinhas. Sobre o segredo de manter um bom relacionamento mesmo depois de 14 anos juntos, a artista entregou detalhes da vida amorosa dos dois:

- Entendi que o casamento precisa desse namoro, precisa se entrelaçar. Um dos presentes do casamento é ter uma pessoa com quem você gosta de fazer sexo e que gosta de fazer sexo com você. Ninguém vai ter uma noite de amor deliciosa se brigou no café da manhã, se não aplaudiu o trabalho do outro, se não protegeu numa situação familiar difícil. Eu não quero essa relação. A hora do entrelaçar é consequência do carinho e do respeito do dia inteiro. Há 14 anos, uma vez por semana, a gente se obriga a sair só nós dois. Eu gosto de namoro e o Vlad entendeu rapidamente que eu ia querer isso para o resto da vida. Se arrumar, sair, passear. Mesmo cansados, falamos: hoje é o dia.

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