Marcelo Yuka, fundador do Rappa, morre aos 53 anos

Desde a madrugada de 4 de janeiro, o músico estava em coma induzido. Há 18 anos, ele foi baleado nas costas, ficou paraplégico e com uma série de problemas de saúde

por Victor Gouveia sab, 19/01/2019 - 09:11
Divulgação Ativista, Marcelo Yuka abordava questões sociais em suas letras, e combatia a desigualdade e o racismo Divulgação

O baterista, ativista e fundador da banda O Rappa, Marcelo Yuka, morreu às 23h40 dessa sexta-feira (18), aos 53 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. O músico carioca estava internado no hospital Quinta D’Or, em São Cristóvão, área Central do Rio de Janeiro, e desde a madrugada de 4 de janeiro permanecia em coma induzido.

A história de Marcelo Fontes do Nascimento Viana de Santa Ana foi escrita entre batalhas e triunfos. Em novembro de 2000, ao tentar proteger uma mulher de um assalto na Tijuca, Zona Norte carioca, ele recebeu nove tiros, e um deles atingiu a segunda vértebra torácica, deixando-o paraplégico. Desde então, o compositor teve diversos problemas de saúde, e, inclusive, seu último disco “Canções para depois do ódio”, foi lançado em janeiro de 2017 no hospital onde se recuperava.

Yuka foi um dos idealizadores do Rappa em 1993 e permaneceu no grupo até 2001, pouco após ficar paraplégico. Em uma saída foi conturbada, ele afirmava que tinha sido “tirado da banda 50% por ganância, 50% por poder”.

Além de fundador, o baterista foi um dos principais compositores da banda. Em suas canções buscava tratar a realidade do Rio, em letras como “A feira”, “Minha alma (A paz que eu não quero)” e “O que sobrou do céu” é possível identificar a luta contra a desigualdade social e o racismo. Em 1998, conquistou com os companheiros o disco de ouro pelas vendas de “Lado B Lado A". Durante sua carreira, apresentou o ativismo ao grande público e consegui levá-lo aos grandes meios de comunicação.  

 

COMENTÁRIOS dos leitores