Spice Girls são acusadas de usar trabalho escravo
As mulheres trabalham em uma fábrica de Bangladesh, país bastante procurado pela indústria de moda devido ao baixo custo de produção, onde recebem o equivalente a R$ 1,70 por hora
As camisetas lançadas pelas Spice Girls como parte de uma campanha pela igualdade de gênero são produzidas por mulheres que trabalham em condições análogas à escravidão, revelou o jornal britânico "The Guardian".
As mulheres trabalham em uma fábrica de Bangladesh, país bastante procurado pela indústria de moda devido ao baixo custo de produção, onde recebem o equivalente a R$ 1,70 por hora. A investigação ainda diz que elas são forçadas a trabalhar 16 horas por dia e são insultadas caso não batam suas metas.
Uma dessas mulheres teria dito ao jornal britânico que as condições são desumanas e que há casos de pessoas que desmaiam ao longo do expediente. A fábrica pertence a um ministro do governo de Bangladesh, e as camisetas produzidas são vendidas a 19,40 libras (R$ 94,6) cada. Desse valor, 11,6 libras (R$ 55,9) são revertidos à campanha.
Entretanto, a organização britânica de caridade Comic Relief, que deveria ser beneficiada com o dinheiro da campanha, afirmou que nunca recebeu nada e que está revoltada com a descoberta do jornal. Um porta-voz das Spice Girls disse estar "chocado", e a empresa responsável pela fábrica, a Interstoff Apparels, declarou que as denúncias são falsas.
Em 2013, um edifício que abrigava fábricas de moda em Bangladesh desabou, devido às péssimas condições do prédio, deixando mais de mil mortos. A tragédia, que ficou conhecida pelo nome do edifício, Rana Plaza, marcou a situação têxtil do país e chocou o mundo.