O cinema está marginalizado e desvalorizado, diz Scorsese

Diretor foi homenageado no Festival Internacional de Cinema de Toronto

qui, 17/09/2020 - 08:45
Tiziana FABI O diretor de cinema Martin Scorsese foi homenageado no Festival de Toronto Tiziana FABI

O cinema está sendo "marginalizado e desvalorizado" durante a pandemia do coronavírus, alertou o diretor Martin Scorsese em sua participação virtual no Festival Internacional de Cinema de Toronto.

Scorsese, que em outra polêmica disse no ano passado que filmes populares de super-heróis "não são filmes", foi homenageado na terça-feira com um prêmio honorário por sua trajetória na indústria cinematográfica.

"O fato de os festivais de cinema continuarem acontecendo - improvisando, adaptando, fazendo tudo funcionar de alguma forma - é muito emocionante para mim", disse o diretor de "Os Bons Companheiros" e "Os Infiltrados", pelo qual venceu um Oscar.

"Infelizmente, é cada vez mais comum ver o cinema marginalizado e desvalorizado e, nesta situação, classificado como uma espécie de comida reconfortante", declarou.

As salas de cinemas ainda estão fechadas nas principais cidades dos Estados Unidos, como Los Angeles e Nova York. E durante meses, milhões de pessoas em todo o mundo ficaram trancadas em suas casas assistindo televisão e filmes no sofá.

O Festival de Toronto, a maior mostra de cinema da América do Norte, está sendo realizado principalmente online este ano. Há algumas poucas exibições em drive-ins e salas fechadas, mas com capacidade limitada.

"O cinema, filmes, longas-metragens, no seu melhor, são uma fonte de encantamento e inspiração", defendeu Scorsese.

Os atores britânicos Anthony Hopkins e Kate Winslet também receberam prêmios de carreira na gala virtual de Toronto na terça-feira, ocasião em que ambos também promovem novos filmes já aclamados que podem levá-los ao Oscar.

"Estou surpreso que eu continue tendo trabalho... Continue trabalhando na minha idade", disse Hopkins, de 82 anos, que recebeu ótimas críticas por "The Father", um drama comovente sobre demência. Já Winslet apresentou o romance lésbico "Ammonite", que se passa no século 19.

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