Orquestra e Amazônia Jazz Band abrem processo seletivo

Corpos artísticos do Theatro da Paz recebem inscrições até esta quinta-feira (20). São 99 vagas para dois grupos musicais.

qua, 19/05/2021 - 09:33

O governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), recebe até quinta-feira (20) inscrições ao processo seletivo para a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz e Amazônia Jazz Band, que começaram no dia 5 de maio. Serão ofertadas 70 vagas para os interessados em fazer parte da Orquestra e 22 vagas para compor a Amazônia Jazz Band.

Os que desejam participar devem acessar o site da Secult ou da Academia Paraense de Música. Estão disponíveis o regulamento da seletiva e informações sobre as provas. “Os músicos farão uma prova (gravação) específica no seu instrumento, no qual serão avaliados pela banca examinadora os critérios técnicos, artísticos e estilísticos”, explica o vice-presidente da Academia Paraense de Música, Humberto Azulay.

Humberto avisa que no ato de inscrição são necessários documentos como RG, CPF, currículo e os vídeos das gravações com o material a ser anexado. Ele alerta para o que pode ocasionar a desclassificação. “Documentação incompleta e/ou o não alcance mínimo dos critérios de avaliação, estes especificados no edital e sendo de responsabilidade da banca avaliadora”, esclarece.

As avaliações irão ocorrer entre os dias 21 e 27 de maio. O resultado final será divulgado dia 28 de maio, no site e nas redes sociais da Academia Paraense de Música e da Secult.

Os corpos artísticos que serão selecionados são novos, informa Humebrto Azulay.  “Nós tivemos todo o cuidado de seguir os protocolos de segurança, e quando nos sentimos seguros (entre agosto e setembro) começamos a fazer gravações com grupos pequenos, separados na sala de espetáculo, dentro da proposta dos vídeos do Palco Virtual”, diz.

O Palco Virtual foi a alternativa que o Theatro da Paz encontrou para que os músicos seguissem trabalhando. Os espetáculos passaram a ser transmitidos gratuitamente pelo YouTube.

Humberto relata que alguns desafios foram enfrentados, principalmente em relação ao público. “O artista vive da sua arte e se expressa através dela, e as delimitações impostas e necessárias nesse período de isolamento, trocando o caloroso público que frequenta o teatro pelas câmeras de gravação, fazem com que a música perca um pouco do seu brilho. Mas aos poucos vamos voltando, interagindo com o público e retomando as atividades”, complementa.

Por causa da pandemia, relata Humberto, muitas orquestras fecharam as portas e corpos artísticos foram desativados.  Além disso, ele afirma, muitos músicos puderam contar somente com o recurso das orquestras OSTP E AJB.

“Porém, o Governo do Estado e a Secretaria de Cultura, que tiveram a sensibilidade necessária de manter as atividades desses grupos, criaram o Palco Virtual para que os músicos pudessem continuar trabalhando e entregando à população o fruto do trabalho deles, produzindo e muitas vezes levando alento à nossa população”, ressalta.

Quanto ao retorno das apresentações presenciais, Humberto explica que o teatro está em reforma. “Vamos aguardar a conclusão das obras e as deliberações do governo do Estado sobre essas questões de eventos presenciais pra definir a volta das apresentações”, finaliza.

Paixão pela música

O músico Jezriel Castro de Souza vai participar da seletiva para a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz e conta que suas expectativas são as melhores, pois já estava estudando repertório de audições para orquestra há um bom tempo.

Jezriel relata que a paixão por tocar surgiu desde cedo e por incentivo do pai. “Meu pai também é músico trombonista e me indicou o trompete aos 12 anos de idade por ter aptidão para tocá-lo, e iniciei os estudos na Fundação Carlos Gomes do fundamental ao bacharelado”, diz.

Jezriel revela que, com a música, se tornou uma pessoa mais concentrada em seus objetivos. “[A música] promoveu um equilíbrio proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do meu raciocínio”, acrescenta.

O músico também comenta sobre a importância de uma possível aprovação na audição seletiva. “Muito importante para a minha carreira profissional, como emprego na área e principalmente para a grade curricular”, complementa.

Qualidade de vida

Harley Bichara, de 41 anos, é músico e professor de Música no Conservatório Carlos Gomes. Ele vai participar do processo seletivo para integrar a Amazônia Jazz Band e relembra que sua jornada como músico teve início em 1992. Na época, Harley estava doente e precisou, além das medicações, exercitar o pulmão. Além disso, comenta, nesse meio foi incentivado pelo também músico e professor Moacir Galvão.

“Através da igreja evangélica, eu comecei a estudar o saxofone. Foi o primeiro e único instrumento de sopro no qual eu me realmente me especializei, mas tiveram outros. Depois do saxofone, veio o clarinete e depois a flauta. Geralmente as pessoas optam por esses instrumentos até chegarem ao saxofone, mas o meu primeiro foi o saxofone e estou nele até hoje, ele é o carro-chefe”, acrescenta.

Harley revela que atuar como músico lhe proporcionou qualidade de vida e a possibilidade de viajar pelo Brasil, como também pelo mundo afora. “Estive no Equador, na Colômbia, nos Estados Unidos e em vários lugares do mundo, tocando, apresentando, e conhecendo várias pessoas. [A música] fez com que o mundo ficasse menor”, diz.

O músico entrou na Amazônia Jazz Band em 1994, quando tinha 14 anos de idade. Ele conta que tocou durante 27 anos na banda, adquiriu bastante experiência e pretende retornar. “Sempre fiz isso, sempre tentei estar na frente, aprendi a exigir de mim mesmo para que a qualidade sempre estivesse acima da média. Eu ia continuar fazendo o que eu sempre fiz e amando cada vez mais, se acontecer de eu ocupar o lugar novamente”, conclui.

Serviço

Inscrições e regulamento: www.apm.mus.br e www.secult.pa.gov.br

Contatos para dúvidas: (91) 3222-4241, processoseletivo.ostp2021@gmail.com e processoseletivo.ajb2021@gmail.com

Por Isabella Cordeiro e Dinei Souza.

 

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