Palestra reforça a importância dos clubes de leitura

Grupos ajudam na construção de conhecimento e unem pessoas pelo amor aos livros. Roda de conversa na Feira do Livro e das Multivozes reuniu mulheres leitoras para falar de escritoras.

sab, 03/09/2022 - 19:16
Clóvis de Senna/LeiaJáImagens Publico prestigiou a conversa sobre os clubes de leitura Clóvis de Senna/LeiaJáImagens

Na última quinta-feira (1), foi a vez das Vozes Urbanas terem espaço na 25ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, que vai ocorrer até o dia 4 de setembro, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. Uma das palestras realizadas na Arena Multivozes abordou as experiências dos Clubes Urbanos de Leitura e as convidadas compartilharam suas vivências no mundo da leitura. 

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Uma das palestrantes, a blogueira literária e assistente social Anne Magno, também é mediadora do Pa Book Clube, por meio do blog Garota Pai D’égua, criado por ela há dez anos. As reuniões do clube são intercaladas com temáticas fechadas de acordo com cada livro. Anne explica que, desde a pandemia, o clube se reúne duas vezes ao mês para debater virtualmente obras de autores paraenses. 

A blogueira diz que os clubes dos livros são espaços de conversas plurais. Todos são bem-vindos e livres para ouvir, dividir gostos literários e apresentar autores e obras favoritas, assim como pegar dicas de leitura. “Clubes de leitura são locais onde poderemos olhar as obras literárias sobre vários olhares e saberes”, acrescenta.

Anne Magno cita Mário Quintana, que ensina que “os livros mudam as pessoas para que elas mudem o mundo”, e afirma que a sociedade poderia e pode se apropriar de força e vontade para que espaços de fomentação de conhecimento e saberes sejam mais comuns.  

A blogueira ressalta que o amor aos livros não precisa ser solitário e que qualquer um de nós pode iniciar um clube de leitura, marcar com amigos e realizar leituras coletivas. “Não espere sempre as melhores condições para começar, apenas comece. Use suas redes sociais, seu grupo de amigos da escola, faculdade ou religião. Apenas comece e veja como estes espaços são incríveis e devem ganhar ainda mais força”, enfatiza.

O clube de leitura Leia Mulheres Belém, representado pela advogada e mediadora Alynne Rodrigues, juntamente com a professora Erika de Aquino e a advogada Laryssa Rosendo, dividiu o momento. 

Alynne fala que participar de eventos como a Feira são significativos. “Me senti muito honrada e muito feliz por ter recebido esse convite; ter vindo dividir as nossas experiências, mostrar um pouco das nossas perspectivas enquanto clube urbano de leitura que incentiva a leitura de mulheres. É muito importante ocuparmos esses espaços, porque são espaços políticos”, pondera. 

Para a mediadora, os clubes de leitura são necessários, pois ajudam a pensar o mundo e a sociedade a partir da leitura em si e do repertorio compartilhado por diversas pessoas. “Eles [clubes de leitura] nos entregam e nos ajudam a construir ferramentas analíticas. Nos mostram que sempre podemos ir além – enxergar além do que é imposto, muitas vezes, a nós, principalmente, falando de gênero”, afirma.

Alynne reafirma a importância, como clube de leitura, de compartilhar as experiências. “Por nos entregar ferramentas, nos possibilitar a construção, inclusive, de um mundo mais igualitário”, complementa.

Todo mês, em encontros presenciais, o Leia Mulheres Belém escolhe, em especifico, um livro para tornar discussão. Laryssa Rosendo explica que as redes sociais do clube são usadas para fomentar a curiosidade dos leitores. No Instagram, o objetivo é discutir sobre obras e a vida dos autores. Em grupo no WhatsApp, há uma troca maior de informações, como indicações de livros para pautas ou trabalho. 

Para Erika De Aquino, conversas com pessoas que já leem textos escritos por mulheres e a inserção em clubes ajudam a incentivar à leitura de livros escrito por autoras. “Mesmo que você não possa ter ou adquirir logo o livro, fazemos trocas, emprestamos”, fala. “Professores incluírem nas aulas textos de autoras mulheres e não só de língua portuguesa ou de literatura, mas também na interdisciplinaridade. para incentivar essa divulgação”, finaliza.

Por Even Oliveira e Isabella Cordeiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

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