Rogério Ceni critica CBF e Copa do Mundo no Brasil
Goleiro mostrou toda sua indignação por ver o estádio do Morumbi fora da competição
O goleiro Rogério Ceni mostrou toda sua indignação por ver o estádio do Morumbi fora da Copa do Mundo de 2014 e não poupou críticas ao presidente Ricardo Teixeira, da CBF, em entrevista para a Agência Radioweb.
"É que era um estádio (o Morumbi) em que quem quer gastar é o São Paulo. Não dá certo. Não tem como. Se ainda tivesse alguma verba de fora, alguma coisa que desse... Mas quem vai construir é o São Paulo, mas a responsabilidade é do clube. Aí não dá para construir outro estádio, não tem R$ 1 bilhão pra gastar... Então não dá muito certo, né? Tem que ter dinheiro que a gente não tenha tanto controle porque, porque se tiver responsabilidade, não funciona para as pessoas que desejam construir novos estádios", afirmou Ceni, para explicar o motivo da exclusão do Morumbi.
O goleiro ainda falou sobre a realização do Mundial no País, novamente em tom crítico direcionado a Teixeira. "O Brasil hoje não tem condições de receber uma Copa do Mundo. Quer dizer, tem condições de receber uma Copa do Mundo, nos moldes que a gente poderia receber. O Brasil só pensa em levar vantagem. Então se constroem estádios e mais estádios. As pessoas não querem, não têm escrúpulos, elas governam e lideram por interesses pessoais e não por interesse do povo", disparou, criticando os governantes: "As pessoas são eleitas pelo povo, mas a primeira coisa que elas pensam é o que eu fazer por mim, e não o que eu posso fazer pelo povo".
Rogério ainda falou da briga entre o São Paulo e a CBF. "É o preço que se paga quando você quer ser correto, quando você quer ser honesto num mundo em que as pessoas não veem o mundo dessa maneira. É o preço que se paga quando você bate de frente com as coisas que quem preside o São Paulo acha que está errado. A gente vive há alguns anos sofrendo algumas coisas. Há um comportamento estranho para com o São Paulo. Isso é notório e claro."
Sobre a carreira, Rogério Ceni revelou a felicidade com a proximidade da marca de mil jogos com a camisa tricolor, mas revelou que pode parar ao fim do seu contrato, em dezembro do ano que vem. "Quando chegar mais próximo dessa data, vou ver como está o time, como eu estou pessoalmente, qual meu desejo, como está a minha condição física."
Ele também deixou em aberto a possibilidade de um dia ser presidente do São Paulo, mas quer se preparar para isso. "Um pouco mais velho, com mais experiência em outras áreas que não seja só futebol. Ser presidente envolve outros aspectos, não envolve só conhecer futebol. É uma área técnica", destacou.