Presidente da FPF comenta diretrizes da CBF

Em entrevista ao LeiaJá, Evandro fala da crise na entidade que comanda o futebol nacional

por Victor Bastos sex, 24/02/2012 - 15:57
Chico Peixoto / LeiaJá Imagens Presidente da FPF participará de uma reunião convocada pela CBF, na próxima quarta-feira Chico Peixoto / LeiaJá Imagens

 

Nos últimos dias uma possível renúncia do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira causou um frisson imenso no mundo do futebol. O dirigente está há 23 anos no cargo mais importante do país do futebol.

As repercussões dessas informações também causaram um movimento forte das federações estaduais. Mesmo sem nada oficial, os presidentes locais convocaram uma assembleia para tratar da possível sucessão. Uma jogada política. Fato que não aconteceu, exclusivamente, pela negativa de Pernambuco e São Paulo. Únicas entidades que se negaram na assinatura do documento.

Com isso, a própria CBF decidiu realizar uma assembleia com as federações estaduais. Na pauta, uma incógnita. Na verdade, várias. A reunião entre os mandatários acontecerá na próxima quarta-feira (29/02), na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Até lá, apenas suposições e expectativas.

Representante de Pernambuco, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, conversou com exclusividade com o portal LeiaJá. Em pouco mais de dez minutos, o gestor e advogado explicou os motivos da federação ter sido contra a assembleia, do relacionamento com Ricardo Teixeira, se acredita ou não de renúncia na CBF, e se sonha assumir o cargo máximo do futebol nacional.

Confira:

Assembleia das Federações: algo precipitado e desrespeitoso

“Na semana passada, com a história cada vez maior da renúncia, surgiu um movimento das federações sobre sucessão. Pernambuco e São Paulo se posicionaram contra isso. É um desrespeito ao presidente. Não havia motivo. Era um documento para dizer se aceitava ou não a renúncia, mas como? De algo que nunca existiu? Em vista disso, as outras federações retiraram as assinaturas”

 Reunião com a CBF: uma incógnita

“A própria CBF, em razão do tumulto, decidiu convocar uma nova assembleia. Mas são assuntos internos. Podem ser qualquer um. Pode ser renúncia, projeto novo... Só vamos receber o material na segunda, sobre essa agenda que será na quarta. As federações tiveram esse movimento muito infeliz, pois não havia nada oficial, e entenderam de convocar essa assembleia nas pressas, foi uma antecipação, acabaram assinando nas pressas”

Relação com Ricardo Teixeira

“Pernambuco tem uma relação excelente com ele. Desde o momento que assumi a FPF, ele teve atenção com Pernambuco. Todas as solicitações ele esclareceu, todas as expectativas de melhorias, o tratamento com os clubes locais. Sempre foi especial conosco. Não tem nada que reclamar”

Possível renúncia: Acredita ou não?

“Renúncia é um ato pessoal, uma vontade intima. É algo que apenas familiares próximos podem ter conhecimento. Eu particularmente não vejo nenhum indicativo mais seguro que possa acreditar nisso. Qualquer pessoa que tiver uma opinião sobre isso é sem nenhuma base. É algo bem particular”

O polêmico Ricardo Teixeira e as denúncias de corrupção

“Veja bem, isso são matérias requentadas, pois são questões que já foram decididas na justiça. Tirando o ato emotivo de lado, todas essas demandas já são superadas judicialmente, todas foram resolvidas. Ou seja, se ele já passou por tudo isso, por fase mais aguda e superou, porque iria se desestabilizar ou se sentir inseguro agora? Eu como advogado posso falar que no processo existe uma curva de ascensão e de declínio de provas. Se já passei pela fase mais aguada e provei que é inocente, porque vou me sentir temeroso? Não vejo esse risco ou conjunto de fatores para renúncia”

Necessidade de renovação e modernidade na CBF

“Eu acho que é uma opinião é pessoal. Eu entendo que você deve renovar, pois é benéfica. Mas essa é uma questão interna da CBF. Na FPF, quando eu assumi disse que iria fazer uma reforma, fazer um mecanismo para reeleições, profissionalizar a entidade. Mas isso é no nosso estado, na conjuntura nacional não vou dizer isso, pois lá tem gente com mais capacidade e esperteza na gestão do futebol. Mas entendo gestão de futebol como uma empresa, algo provisório. Porém, quase todos os gestores são contra mim, acham que funciona do jeito atual”

Sonha ser presidente da CBF?

“Nunca pensei nisso. Não sonhava nem ser presidente da FPF. Só aceitei quando Carlos Alberto me chamou ano passado para a primeira conversa. Sempre levei minha vida pelo lado profissional, nunca tive uma expectativa política. Sempre pensei em trabalho, resultado e remuneração. Mas é evidente que a vida muda, pode ser que daqui para frente surjam novas ideias e vontades”.

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