Londres descarta veto aos atletas sírios na Olimpíada
Expectativa é de que apenas quatro ou cinco atletas sírios estejam presentes nos Jogos
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, descartou nesta quarta-feira a possibilidade de vetar a entrada de atletas sírios no país para a disputa da Olimpíada de Londres, entre julho e agosto. Mas ele ressaltou que dirigentes que estejam ligados ao regime do presidente da Síria, Bashar Assad, não poderão fazer parte da delegação olímpica que irá ao Reino Unido.
A ONU estima que mais de nove mil pessoas tenham sido mortas desde o início do levante contra o regime de Assad na Síria, cerca de um ano atrás. Como forma de pressionar pelo fim dos sangrentos conflitos, a União Europeia (UE) impôs diversas sanções ao governo sírio, até mesmo proibindo a viagem de seus integrantes para os países do bloco, o que incluiria o Reino Unido.
"Não penso que devemos punir os atletas pelos pecados do regime. Então, a Síria irá participar da Olimpíada e isso é certo", afirmou Cameron, após participar de um encontro nesta quarta-feira com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, que marcou o início da vistoria final da entidade em Londres - serão três dias de inspeção na sede dos Jogos.
Mas, apesar de liberar os atletas, Cameron também fez a ressalva quanto a outros possíveis membros da delegação olímpica síria. "Vamos deixar bem claro: a Grã-Bretanha liderou os esforços na União Europeia para aplicar sanções a esse regime desprezível. E qualquer um que seja afetado pela proibição de viajar não será bem-vindo em Londres", avisou o primeiro-ministro.
Apesar dos conflitos que assolam a Síria, o COI já revelou que o país deve levar uma delegação pequena para competir na Olimpíada de Londres. A entidade espera que quatro ou cinco atletas sírios estejam presentes nos Jogos, participando, inclusive, da cerimônia de abertura, no dia 27 de julho, para poder desfilar pelo Estádio Olímpico com a bandeira nacional.