Série de denúncias atinge federação de ciclismo de PE

Segundo Enoque Filho, ciclista, o presidente da entidade, Murilo Falcão vem cometendo uma série de irregularidades e assim atrapalhando o crescimento da modalidade no Estado

por Clauber Santana ter, 06/08/2013 - 09:00
Divulgação Após receber mais de R$ 700 mil, essa foi a estrutura oferecida pela Federação de Ciclismo, na Tour de Ciclismo em Pernambuco Divulgação

“Queremos apenas uma federação decente”, essa frase foi repetida várias vezes por Enoque Filho em tom de revolta. Ele é ciclista e não poupa críticas à Federação Pernambucana de Ciclismo, presidida por Murilo Falcão, que também é diretor de competições da Federação Pernambucana de Futebol.  O mandatário se perpetua no poder há mais de dez anos e, de acordo com o atleta, atrasa a evolução do esporte no Estado. Confira as principais queixas e denúncias.

“Não tem nada de novo nesta federação. São quatro anos sem um calendário de competições. Ele (Murilo Falcão) suspendeu o Pernambucano de ciclismo desde 2009. Temos apenas, no mês de dezembro, o Speed Bike. É pouco para a quantidade de atletas que temos”, afirmou Enoque.

Não há um ranking em Pernambuco que classifique os desportistas. Aliás, novos competidores não podem se filiar, pois o site da federação está fora do ar e assim fica impossível contar com novos atletas.

E quem já está nessa luta há um bom tempo tem dificuldades até para receber a premiação de competições anteriores. “Tem atleta processando Murilo Falcão (presidente da federação), porque deveria receber R$ 15 mil e recebeu apenas dois. Já faz mais de dois anos e a premiação não sai”, acusou Enoque Filho.

Porém, a denúncia mais grave do ciclista é com relação ao Tour de Ciclismo em Pernambuco, que também foi destaque num programa especial na ESPN, realizada em 2012. O Ministério do Esporte liberou R$ 725.730,00 para a Federação Pernambucana e ainda está analisando a prestação de contas como pode ser  visto neste link: http://www.portaldatransparencia.gov.br/convenios/DetalhaConvenio.asp?CodConvenio=761304&TipoConsulta=1

Entretanto, são outros valores questionados por Enoque como, por exemplo, o pagamento da diária de R$ 200 para árbitros e R$ 2 mil para técnicos, R$ 31 mil gastos em ambulâncias e R$ 81 mil em grades de proteção.Porém, de acordo com o ciclista, um dos técnicos era presidente da Federação Pernambucana de Karatê, as ambulâncias utilizadas no evento foram do SAMU e quase não havia grades de proteção no percurso. Por toda desconfiança, as contas ainda estão sendo analisadas.

“Tudo isto pode ser comprovado em fotos que eu tenho. Além disso, existe o absurdo na premiação do Tour de Ciclismo que foi de R$ 1,500 reais, mesmo com o Ministério liberando mais de R$ 700 mil. E para completar, tem atleta ainda não recebeu o prêmio”, explicou.

 

Outros ciclistas também estão nesta batalha com Enoque Filho, mas segundo ele ainda é pouco. “Falta união entre os atletas. Fico nessa luta só. Alguns apoiam, outros são contra e eu fico nessa contra tudo e contra todos. Vou reunir toda esta documentação e dar entrada no Ministério Público para tirá-lo da Federação. Como eu já disse, apenas quero uma federação decente para praticar o ciclismo”, concluiu.

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