Senna: mais do que um campeão de Fórmula 1

Há 20 anos, Ayrton Senna colidiu na curva Tamburello, em Ímola

por Clauber Santana qui, 01/05/2014 - 06:00
RICARDO CHAVES/ESTADAO CONTEUDO

Sabe aquelas datas em que todo mundo lembra onde estava? Sem dúvida, 1° de maio de 1994 está entre elas. Infelizmente, a lembrança não é das melhores. Como de costume, milhares de brasileiros acordaram cedo para acompanhar mais uma corrida de Fórmula 1. A expectativa era pela primeira vitória de Ayrton Senna na temporada, na Williams. Mas, na verdade, o GP de Ímola foi o último do piloto brasileiro. Na oitava volta, na triste e famosa curva Tamburello, o Brasil perdia seu herói. A notícia da morte foi confirmada horas depois e a nação verde-e-amarela entrou numa profunda comoção, num luto eterno.

O Brasil ficou órfão de um campeão mundial de Fórmula 1. Para muitos, Senna foi o maior piloto brasileiro de todos os tempos. Há controvérsias, há quem discorde. Mas essa é uma outra discussão. Não há como negar a importância do Ayrton Senna do Brasil para o País. Num momento de crise, corrupção e protestos, surgia um cara com orgulho de representar uma nação e com a consciência da importância que qualquer mínimo gesto – como o de vencer uma corrida e pegar a bandeira nacional -, faria bem ao ego da população.

O sobrenome Silva que carregava era a demonstração pura do brasileirismo. João, José, Maria, Severina, entendedores e não entendedores, é como se todos se vissem dentro de um Fórmula 1, levando o carro na ponta dos dedos, acelerando debaixo de chuva, apenas com uma marcha e, juntos, todos reunissem o pouco da força que restava para erguer o troféu. Assim como outras 40 vezes nas 162 corridas disputadas.

A determinação de Senna era uma inspiração aos brasileiros. A cada entrevista, uma frase forte, marcante e motivacional. Sobretudo, destemida. Não havia o impossível para o piloto e era o que ele queria passar a todos. Bastava querer, lutar, se dedicar e os objetivos seriam alcançados. Talvez este tenha sido o grande legado deixado por Ayrton, mais até que os três títulos mundiais, os 80 pódios, as 65 poles-positions e as 19 voltas mais rápidas.

“Tudo o que consegui foi através de dedicação, perseverança e muito desejo de atingir meus objetivos e vitórias na vida, e não como piloto. A todos vocês, eu digo, que seja quem for, independente da posição social que tenha, altíssima ou baixa, tenha sempre como meta a força, determinação e sempre faça muito amor e fé em Deus. Porque um dia você chega lá. De alguma maneira, você chega lá”, Ayrton Senna do Brasil.

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