Sport joga mal e sucumbe diante do Campinense nos pênaltis

Time paraibano atrapalha novamente o caminho do Leão e está na segunda final de Copa do Nordeste em quatro anos

por Thiago Graf dom, 17/04/2016 - 18:51
RANIERY SOARES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Leão foi um time de pouca criatividade RANIERY SOARES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Sport e Campinense começam a construir uma história de cores rubro-negras, jogos decisivos, rivalidade e, para tristeza pernambucana, classificações paraibanas. O fantasma que ficou na memória leonina desde a eliminação nas quartas de final da Copa do Nordeste de 2013 voltou a aterrorizar a Praça da Bandeira e aumentou o gosto amargo deste duelo para o clube da Ilha do Retiro. A competição foi a mesma, assim como o local, o Estádio Amigão - que viu o raposa reinar frente ao Leão em um embate decidido nos pênaltis.

Com o resultado, o Sport dá adeus a disputa e o sonho de uma final pernambucana ficou para o futuro. Melhor para o Campinense, que vai recolocando a sua marca na história foi futebol nordestino e pode faturar a taça orelhuda pela segunda vez em quatro anos.

Para conseguiur um novo êxito na final da Copa do Nordeste, o time paraibano terá um novo pernambucano pela frente, o Santa Cruz, que conseguiu uma classificação heróica diante do Bahia e dá ares de clássico para a decisão que começa a ser disputada no dia 27 de abril, no Estádio do Arruda. A finalíssima ocorre no Amigão, no dia 1º de maio.

Para o Sport, só resta juntar forças para seguir na luta pelo título pernambucano. O Leão terá o Salgueiro pela frente nas semifinais do Campeonato Estadual.

>> PRIMEIRA ETAPA SEM CRIATIVIDADE E POUCAS CHANCES

O Sport veio com um time diferente para o confronto no Estadio Amigão. Com as ausências de Durval e Rithely, ambos por conta do terceiro cartão amarelo, Falcão promoveu as entradas de Matheus Ferraz na defesa e Ronaldo no meio de campo. Com a vantagem de jogar pelo empate, o time pernambucano também contou com uma formação mais defensiva, com Diego Souza fazendo o papel do "falso 9" para explorar os contraataques.

Do lado paraíbano, a volta de Rodrigão deu um novo ânimo ao time que precisava do resultado. Com 15 gols na temporada, foi o atacante que teve a primeira boa oportunidade, logo aos 40 segundos de partida. Ele recebeu na intermediária e arriscou, passando próximo a trave esquerda de Danilo Fernandes.

Sem criatividade, o leão não respondeu a altura e viu o rival paraibano buscando o resultado. Sob a batuta de Roger Gaúcho, o time procurava quase sempre a referência de Rodrigão, principalmente com bolas cruzadas.

O Campinense voltou a atacar com mais eficiência aos 17, com jogada individual de Raul, que desperdiçou a chance. O atacante voltou a perturbar a defesa pernambucana quatro minutos depois, quando recebeu de Felipe Ramon, mas não conseguiu chegar para finalizar.

Querendo jogo, Raul voltou a assustar e gerou a polêmica do primeiro tempo. O atleta avançava sem marcação quando foi atropelado pelo lateral Samuel Xavier. Apesar do time da casa pressionar o árbitro Charles Hebert Cavalcante Ferreira pela expulsão, o jogador do Sport recebeu apenas cartão amarelo.

Enquanto o rubro-negro paraíbano seguia buscando um tento, os pernambucanos seguiam sem encaixar boas jogadas. Essa foi a tônica do restante do primeiro tempo, que acabou com o placar zerado.

>> MUDANÇAS E GOL DO CAMPINENSE

Pressionado pelo tempo e pela necessidade do resultado, o técnico Francisco Diá colocou o time ainda mais para frente. O meia Felipe Ramon deu lugar ao atacsante Pitbull. A alteração, no entanto, não surtiu tanto efeito no início, já que as jogadas seguiam da mesma forma: cruzamentos procurando Rodrigão. Em um desses lances, aos seis minutos, o artilheiro paraíbano voltou a assustar Danilo Fernandes.

O esforço do time paraíbano foi recompensado aos 16 minutos. Jussimar arrancou pela direita e encontrou Rodrigão, que completou para as redes, acabando com a vantagem pernambucana: Campinense 1x0 Sport.

Precisando, de fato, entrar no jogo, o Leão teve sua primeira alteração logo depois do gol. Aos 17, Reinaldo Lenis, que repetiu o baixo desempenho da partida de ida, deu lugar a Jhonathan Goiano. A mudança, no entanto, não mudou o panorama: elenco sem criatividade, sem jogadas ensaiadas e se limitando a cobranças de falta e cruzamentos. Aos 32, foi a vez de Vinícius Araújo entrar no lugar de Mark Gonzalez, mas também pouco acrescentou. Foi dele a primeira e única boa chance do Sport, que só aconteceu aconteceu aos 35 minutos, quando o camisa 9 arrematou e levou perigo para o arqueiro Gledson.

Com pouca objetividade dos dois lados, o placar seguiu até o fim no 1x0 - o que gerou a definição por penalidades, aumentando a ansiedade dos torcedores e atletas.

>> NOVOS ERROS E FANTASMA RATIFICADO

Se as mudanças e a forma de jogar do time de Paulo Roberto Falcão vem sendo questionadas por torcedores e críticos, a última substituição parecia ser um acerto que mudaria o rumo dos ventos a favor dos leoninos. Magrão, especialista nestas decisões, entrou na vaga de Danilo Fernandes e trouxe mais experiência para a meta. A responsabilidade, então, ficou por conta dos batedores. No entanto, a expectativa positiva dos torcedores aumentou com a cobrança de Diego Souza, que abriu a série colocando nas redes. Nem mesmo o empate do time da casa, com a cobrança de Chapinha, diminuiu a esperança. 

O que era uma chance viva de classificação começou a ser tristeza numa sequência de duas cobranças desperdiçadas por Renê e Luiz Antônio. Nem mesmo a defesa de Magrão na cobrança do zagueiro Tiago Sala garantiu um fôlego novo para o time. Na sequência, Jhonathan Goiano mandou para longe e Joécio, do Campinense, converteu para garantir o time da casa em mais uma final da Copa do Nordeste: 3x1.

CAMPINENSE - 1 (3)

Gledson, Fernando Pires, Joécio, Tiago Sala, Negretti; Danilo, Magno, Felipe Ramon (Pitbull) e Roger Gaúcho (Chapinha); Rodrigão e Raul (Jussimar). Técnico: Francisco Diá

SPORT - 0 (1)

Danilo Fernandes (Magrão), Samuel Xavier, Bocanegra, Matheus Ferraz e Renê; Ronaldo, Serginho e Luiz Antônio; Mark Gonzalez (Vinícius Araújo), Lenis (Jhonathan Goiano) e Diego Souza. Técnico: Paulo Roberto Falcão.

Copa do Nordeste - semifinal

Local: Estádio Amigão (Campina Grande-PB)

Árbitro: Charles Hebert Cavalcante Ferreira (AL)

Assitentes: Rodrigo Guimarães Pereira e Eric Nunes Costa (SE)

Gols: Rodrigão (16 do 2ºT) - Campinense

COMENTÁRIOS dos leitores