Joaquina e a luta contra o machismo dentro do Jiu-Jitsu
Professora de arte marcial é mais uma entre tantas mulheres que buscam espaço dentro dos tatames
Joaquina Bonfim, de 39 anos, ensina Jiu-Jitsu há quase uma década. Antes de se tornar professora, ela sempre esteve inserida no cenário dos esportes. O pai foi jogador de futebol e a mãe foi responsável para que ela praticasse vôlei. Porém, após o falecimento dela, a modalidade acabou sendo deixada de lado. "Eu gostava de jogar, mas eu me afastei por sentir um certo vazio", recorda-se.
Depois de largar as quadras, Joaquina conheceu o Jiu-Jitsu e encontrou uma forma de recomeçar a carreira esportiva. A lutadora participou de alguns projetos sociais, onde dava aula no bairro em que morava. De acordo com ela, a maioria dessas iniciativas pararam devido a pausa dos recursos dados pelo Governo.
Durante todo esse tempo como professora e lutadora, Joaquina já passou por algumas situações de machismo e preconceito. Para ela, nesses momentos você precisa se impôr para fazer com que essas pessoas percebam seus erros. Segundo a atleta, as mulheres precisam estar inseridas no cenário das artes marciais. "Não importa onde (Jiu-Jitsu, MMA, UFC, entre outros), a mulher tem que estar nele. Precisam mostrar o que estão fazendo", disse.
Segundo ela, a receita para atrair cada vez mais mulheres para as artes marciais é divulgar. "Precisamos mostrar que tem mães, avós, que praticam. Você tem que estar inserida no meio. Pode praticar por lazer, para competir, ser atleta. O importante é se fazer presente", afirmou.
Joaquina, que também já lutou boxe e foi campeã universitária de judô, chegou a ensinar em um turma exclusiva de mulheres. Hoje em dia, ela também é professora de homens e tem uma rotina puxada. Além de dar aulas, ela divide seu tempo entre competições e a faculdade de educação física. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, a lutadora contou um pouco sobre sua vida, falou de preconceitos e sobre a importância da mulher neste cenário.