Presidente do COB é alvo de operação da PF nesta terça (5)

Motivo é a compra de voto de um integrante do colégio eleitoral do Comitê Olímpico Internacional (COI) que em 2 de outubro de 2009 definiu o Rio como sede dos jogos olímpicos

ter, 05/09/2017 - 07:12
Tânia Rêgo/Agência Brasil Tânia Rêgo/Agência Brasil

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Comitê Rio-2016 é alvo, na manhã desta terça (5), de um mandado de busca e apreensão em sua casa no Jardim Pernambuco, área de mansões do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, em ação conjunta da Polícia Federal e da Força Tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ).

Arthur Soares, o “Rei Arthur”, íntimo de Sérgio Cabral e empresário com diversos contratos durante o mandato do ex-governador no estado, também é parte da ação. É a compra de voto de um integrante do colégio eleitoral do Comitê Olímpico Internacional (COI) que em 2 de outubro de 2009 definiu o Rio como sede das Olimpíadas que une Nuzman e Arthur Soares na mesma investigação.

Pelas regras olímpicas quebradas, a operação se chama “Unfair Play”. Na medida cautelar assinada pelo Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, Nuzman é apontado como uma das “pontas de um esquema criminoso”, com determinação de apreensão de passaporte. Fato que já o coloca em outro escândalo, já que no próximo dia 13 o COI se reúne em Lima para referendar Paris e Los Angeles como sedes de 2024 e 2028. Impedido de viajar, o anfitrião dos últimos jogos não estará presente por envolvimento na compra de votos, de acordo com a operação em curso.

Diversos agentes da Polícia Federal, acompanhados por procuradores do MPF-RJ foram escalados para revistar a mansão de Nuzman com objetivo de apreender computadores, telefones e objetos de valor. O dirigente está intimado a comparecer em audiência na sede da Polícia Federal, às 15h. Caso não compareça, será levado coercitivamente.

Já Arthur Soares tem sua prisão preventiva decretada, assim como Eliane Pereira Cavalcante, também alvo da operação de hoje, braço-direito do “Rei Arthur”. Os três terão objetos de valor apreendidos como garantia para eventual dano moral fixado em sentença. O dano moral deve-se ao estrago feito a imagem do país devido ao escândalo e está estabelecido em R$ 1 bilhão entre o patrimônio dos três.

A ação é fruto de colaboração da Força-Tarefa da Lava Jato do MPF-RJ, comandada por Eduardo El Hage e do Ministério Público Financeiro da França e de delações premiadas como a dos irmão Chebar. Através dessa cooperação, comprovou-se que “Rei Arthur” realizou pagamento de U$ 2 milhões para o senegalês Papa Diack, filho de Lamine Diack, presidente da Federação Internacional de Atletismo, eleitor da sede dos jogos, para determinar o próprio voto e influir em outros participantes do pleito.

Por Lúcio de Castro, da Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo

 

 

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